Ariane Mendonça (do meio), mãe do menino morto com um tiro no pescoço após briga de trânsito, convoca manifesto para a praça Ari Coelho

Parentes de Rogério Mendonça, o garoto de dois anos de idade, morto a tiro em novembro passado durante uma discussão de trânsito, em Campo Grande, preparam uma campanha contra a decisão judicial que pôs em liberdade o jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, 60, acusado de efetuar os disparos contra o veículo que transportava o menino.

Ariane Mendonça, 22, mãe da criança, disse que ela, a mãe Adriana e a irmã Giordana, espalham cartazes pela cidade convocando a população para um ato que deve acontecer no dia 24 deste mês, às 17 horas, na Praça Ari Coelho, eixo central da cidade.

“É um ato contra a impunidade. Desde que a Justiça mandou soltar ele [jornalista] surgiu em nós à sensação da impunidade, do medo. Antes, quando ele estava preso, estávamos um pouco aliviados com a impressão de que a Justiça estava sendo feita. Agora, o nosso mundo desabou”, disse Ariane, a mãe de Rogerinho, como a criança era tratada pelos parentes.

Para Ariane, a medida judicial que deu liberdade ao jornalista “é o mesmo que apostar na violência gerada pela impunidade”. Ela cre que mais tragédias semelhantes à ocorrida com o filho dela possam ocorrer daqui para frente. “Meu filho morreu pela impaciência, pela intolerância”, disse.

O caso

A tragédia que provocou a morte de Rogerinho ocorreu por volta do meio-dia do dia 18 de novembro, no cruzamento da Avenida Mato Grosso com a rua Rui Barbosa, a uma quadra do hospital Santa Casa, no centro da cidade.

Cerca de cinco quarteirões antes, o jornalista Agnaldo Ferreira havia discutido com o tio da criança, que dirigia a caminhonete. Os dois seguiram com os insultos até o semáforo da Rui Barbosa, quando o jornalista sacou uma pistola e disparou vezes contra o veículo que carregava a criança.

O menino, que sentava no banco detrás ao lado da irmã de cinco anos de idade, foi atingido perto da cabeça. O avô dele, que ia no banco da frente, levou um tiro no rosto, mas sobreviveu. Rogerinho ainda foi levado para o hospital, mas não resistiu ao ferimento e morreu umas quatro horas depois. O jornalista saiu dali e, mais tarde, procurou uma delegacia, onde ficou preso. No dia 8 deste mês, por determinação do Tribunal de Justiça, ele foi posto em liberdade.

Saiba mais sobre este caso em notícias relacionadas, logo abaixo.