A carta enviada pelo ex-técnico da Seleção Brasileira ao presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pode ser usada como exemplo — para o bem e para o mal — de como proceder em casos de demissão. O G1 conversou com consultores em Recursos Humanos e com uma professora de português para analisar o que é possível aprender com o texto do técnico.

Luiz Carlos Cunha, diretor da C&SA Consultores Associados, é consultor em RH há 25 anos. Juliana Nascimento é consultora em RH da DM Recursos Humanos. E Rosana Soares é professora de português e redação da rede de cursinhos Anglo.

Para Cunha, a intenção do texto é “boa”, mas Dunga peca pelo “excesso de formalidade”. “Cartas de despedida precisam ser mais curtas, mais simples e mais diretas”, afirma.

Juliana vê o texto como uma tentativa positiva de transparecer humildade. “Por outro lado, ele fala muito dele mesmo e isso pode soar negativamente. Acho que nesses casos é mais interessante falar das experiências, dos aprendizados”, acredita.

Por fim, a professora Rosana diz que o estilo do texto é “defensivo e estratégico”. “É um Dunga humilde, educado, de cabeça baixa e agradecido”, avalia.