Enem provocou as maiores polêmicas da educação na era Lula
As mudanças no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) provocaram as maiores polêmicas na área da educação durante os oito anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A prova ganhou outro peso na vida dos estudantes, já que deixou de ser apenas uma avaliação para se tornar instrumento de seleção em instituições federais […]
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As mudanças no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) provocaram as maiores polêmicas na área da educação durante os oito anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A prova ganhou outro peso na vida dos estudantes, já que deixou de ser apenas uma avaliação para se tornar instrumento de seleção em instituições federais de ensino superior. O exame ganhou dimensões gigantescas – teve mais 4,6 milhões inscritos neste ano – e problemas apareceram. O mais grave foi o vazamento de um dos cadernos, dois dias antes da data marcada para a aplicação da prova em 2009.
Um grupo furtou uma prova de dentro de uma gráfica em São Paulo e tentou vendê-la por R$ 500 mil para órgãos de imprensa. Diante da denúncia, o MEC (Ministério da Educação) decidiu cancelar a prova e adiá-la. Após a anulação da prova, o MEC (Ministério da Educação) investiu mais R$ 133 milhões no Enem – somando R$ 99,9 milhões do contrato com as novas empresas responsáveis pelo exame, R$ 1,26 milhão para o Ministério da Defesa e R$ 31,9 milhões do acordo com a nova gráfica.
Como o novo exame foi marcado para dezembro, muitas faculdades desistiram de aproveitá-lo em seus processos seletivos – caso da USP (Universidade de São Paulo) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
O Enem deste ano também não saiu ileso. Alunos reclamaram da distância entre o endereço e o de realização da prova. Além disso, houve a distribuição de 21 mil cadernos incompletos e com questões repetidas, além de inversão do cabeçalho na folha de respostas no primeiro dia de aplicação da prova. Cerca de 9.000 alunos tiveram que fazer um teste substituto.
Neste ano, os 12 milhões de inscritos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2007, 2008 e 2009 tiveram seus dados pessoais divulgados após uma falha no sistema de inscrições do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos), que decidiu mudar o modo pelo qual os estudantes têm acesso às notas.
A redação também vazou, mas não como no ano anterior. Uma professora da Bahia abriu um caderno de questões duas horas antes do início das provas. Ela viu o tema da redação e avisou o filho, que estava inscrito no Enem. Ele foi desclassificado e o exame, mantido.
Histórico
O Enem foi criado em 1998 e servia para avaliar estudantes que se submetiam a ela voluntariamente. Não apresentava divisão por disciplinas e pretendia checar as habilidades e competências dos alunos que concluíam a educação básica. Em 2009, o ministro Fernando Haddad apresentou uma proposta de reformulação. O Enem passou a ser usado como utilização como forma de seleção unificada nos processos seletivos. O objetivo era democratizar o acesso ao ensino superior. A medida foi criticada por especialistas, que viram poucas vantagens na nova seleção.
Em novembro, a ex-secretária executiva do MEC e ex-presidente do Inep, Maria Helena Guimarães de Castro, fez críticas a mudanças de concepção do modelo e na estrutura de aplicação do Enem. Segundo ela, uma das criadoras do exame em 1998, durante a gestão Fernando Henrique Cardoso, as alterações deixaram a prova vulnerável e cobiçada. Para ela, ficou mais difícil manter controle de todo o processo.
A prova tinha 63 questões e passou a ter 180, divididas em quatro áreas: 45 de ciências humanas, 45 de ciências da natureza, 45 de matemática e 45 de linguagens. Em razão do tamanho, precisa ser aplicada em dois dias.
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