Empresa argentina denuncia violação da fronteira por um grupo de soldados bolivianos

Um incidente ocorrido há poucos dias na fronteira entre a Argentina e a Bolívia assumiu proporções inesperadas na tarde de hoje (5), depois de pronunciamentos do ministro argentino das Relações Exteriores, Héctor Timerman, e da embaixadora boliviana em Buenos Aires, Maria Leonor Arauco Lemaitre.

Na semana passada, uma empresa florestal argentina denunciou que um grupo de 50 soldados bolivianos passou pela fronteira entre os dois países e roubou bens de sua propriedade avaliados em 200 mil pesos (cerca de R$ 100 mil). O gerente da empresa, Sergio Mazzone, responsabilizou o coronel boliviano Willy Gareca pelo incidente. Mazzone administra um empreendimento florestal localizado ao norte da província de Salta.

Em declarações a uma emissora de rádio local, o gerente disse que os militares, depois de atravessarem a fronteira, afirmaram “que estavam em território boliviano, mas os mapas dizem que esta área é da Argentina. Informamos o incidente às autoridades, mas nada foi feito. Não podemos defender o território porque não temos meios para isso”.
 
De acordo com o ministro argentino das Relações Exteriores, Héctor Timerman, que deu entrevista hoje a uma rádio da Buenos Aires, este é mais um entre outros incidentes ocorridos na fronteira com a Bolívia. Ele disse que “estamos tratando de resolver este assunto com o chanceler boliviano David Choquehuanca”. Timerman acrescentou que a Argentina ainda não apresentou protesto formal ao governo de Evo Morales porque espera a iniciativa da chancelaria boliviana na apuração do caso.

Em Buenos Aires, a embaixadora boliviana Maria Leonor Arauco Lemaitre disse que “não existe nenhum problema fronteiriço entre a Argentina e a Bolívia”. A embaixadora também informou que o coronel Willy Gareca foi afastado de suas funções, na tarde de hoje, e enviado a La Paz. O Exército boliviano investigará o incidente na fronteira com a Argentina para aplicar as punições cabíveis.