O embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean, propôs hoje (07), durante audiência pública, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, do Senado Federal, a criação de uma missão para ir ao Haiti discutir a adoção de crianças por famílias brasileiras.

Segundo o embaixador, mais de mil brasileiros manifestaram interesse em adotar crianças haitianas, mas que o governo de seu país estaria disposto a tratar o tema como um acordo com o governo brasileiro.

“A missão seria formada por parlamentares, representantes do poder judiciário, do governo e de entidades ligadas à adoção de crianças. Estou disposto a acompanhar esta missão para tratar o tema da adoção de uma perspectiva bilateral”.

Pierre-Jean ressaltou que há diversas formas de se adotar uma criança e que uma delas é mantendo-a, no primeiro momento, em seu país de origem. “Pode-se adotar uma criança sem que ela saia do Haiti. As pessoas adotam, pagam a escola, o alimento, e a estrutura, mantém ela no Haiti e aguardam um prazo para retirá-la do país”.

De acordo com o embaixador, há muitas crianças traumatizadas no Haiti e que a mudança para outro país poderia representar mais sofrimento. “Não sou perito no tema, mas penso que é difícil para uma criança sair de seu país com problemas psicológicos e se adaptar a uma nova vida. Instituições humanitárias como a Cruz Vermelha, e a Unicef não recomendam a adoção massiva após catástrofes”.