O dólar deixou para trás os efeitos da alta do juro na China e do imposto maior sobre o capital estrangeiro no Brasil, e voltou a fechar em baixa nesta quarta-feira (20). A moeda terminou o dia vendida a R$ 1,675, em baixa de 0,71%, com o movimento pautado pelo mercado internacional.

Enquanto as operações cessavam no Brasil, o dólar perdia 1,4% em relação a uma cesta com as principais divisas.

Já na terça-feira, profissionais de mercado alertavam que era difícil distinguir até que ponto o imposto maior sobre as aplicações estrangeiras em renda fixa havia sido responsável pela alta do dólar no Brasil, já que o cenário global, com a alta dos juros na China, também pressionava o mercado de câmbio.

“Hoje o destaque é para o setor externo”, disse Danilo Campos, operador da corretora Flow, comentando a volta das expectativas de que os Estados Unidos anunciem no início de novembro novas medidas para estimular a economia.

O Livro Bege do Federal Reserve mostrou que a expansão da economia dos Estados Unidos continua modesta. Segundo a Medley Global Advisors, uma influente consultoria, o Fed planeja lançar um programa para compra de 500 bilhões de dólares em títulos do Tesouro, ao longo de seis meses.

Como contraponto, mas com influência muito menor sobre a taxa de câmbio, o Tesouro anunciou a captação de 1 bilhão de reais em bônus no exterior, com vencimento em 2028. A emissão de papéis em moeda local, de acordo com Marcelo Oliveira, operador da corretora BGC Liquidez, “faz parte da estratégia de não entrar dinheiro aqui e não forçar mais o câmbio.” “Mas o mercado aqui nem se mexeu”, comentou.