A volatilidade em Wall Street, com perda de força das bolsas no final da tarde, evitou a queda do dólar frente ao real nesta terça-feira (6). Pela manhã, a moeda norte-americana chegou a cair ao menor nível em duas semanas com notícias positivas na Ásia e na Europa.

Internamente, ajustes de posição após um intenso movimento de vendas por parte de bancos também ajudaram a manter o dólar acima de R$ 1,78 no final da sessão.

A cotação terminou o dia a R$ 1,782, em alta de 0,16%. Na mínima, o dólar chegou a valer R$ 1,762, menor nível desde 21 de junho.

Enquanto o mercado local fechava, os índices de ações em Nova York operavam quase estáveis, ante ganhos de cerca de 2% mais cedo. Segundo operadores no exterior, havia um movimento de realização de lucros.

Duas notícias foram apontadas, pela manhã, como as principais razões para a valorização de investimentos de maior risco: a forte demanda pela oferta de ações do Agricultural Bank, na China, e o tom relativamente otimista do Banco Central da Austrália ao manter o juro básico em 4,5%.

A emissão de 6 bilhões de euros em bônus de dez anos pela Espanha, com demanda de mais de 13 bilhões de euros, também ajudou a enfraquecer a moeda norte-americana contra o euro.

De acordo com o operador de câmbio de uma corretora nacional, que preferiu não ser identificado, o otimismo do mercado internacional pela manhã coincidiu também com um aumento pontual de ingresso de recursos no país.

Posições vendidas

Analistas têm chamado atenção para a concentração de posições vendidas no mercado. O Banco Central divulga nesta quarta-feira os dados referentes às posições dos bancos no segmento à vista no fim de junho –o dado mais recente, referente ao dia 18, apontava US$ 8 bilhões.

“Parece que os bancos locais, que estão realmente vendidos em dólar esperando pelo ingresso de recursos, decidiram aproveitar a queda da manhã para reduzir um pouco essa posição (e comprar)”, disse outro operador, que trabalha em um banco de investimento estrangeiro e também não quis ser citado.