O dólar fechou a semana enfraquecido diante dos indicadores ruins que a economia dos Estados Unidos tornou públicos e do ajuste de posições dos investidores em relação ao euro. Fortemente castigada até a semana passada, a moeda única do bloco europeu ganhou fôlego extra nos últimos dias, diante da percepção de que nem a zona do euro está em situação tão ruim quanto parecia, nem os Estados Unidos estão com a economia em patamar tão confortável de recuperação quanto se imaginava.

No mercado de câmbio brasileiro, a aproximação da liquidação da oferta de ações do Banco do Brasil (BB) leva o mercado a derrubar a cotação da moeda americana para gerar lucros diante da expectativa de ingresso volumoso de recursos. Por isso, a moeda se manteve em queda em todo o dia, mesmo com o sinal negativo das bolsas em Nova York. A sessão desta sexta-feira foi mais curta diante da interrupção dos negócios para o jogo do Brasil pela Copa do Mundo da África do Sul, e deixou um gosto amargo no retorno à tarde, já que o País foi eliminado pela Holanda da disputa.

O dólar à vista fechou em baixa de 1,02% a R$ 1,7767 no pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Nas transações do mercado interbancário de câmbio, o dólar comercial caiu 1,06% para R$ 1,776 – a taxa mínima registrada no dia foi de R$ 1,773 e a máxima, de R$ 1,786. Foi o terceiro dia seguido de baixa do dólar, que no período acumulou depreciação de 1,87%. O euro comercial recuou 0,58% para R$ 2,229.

Dado mais aguardado da agenda de hoje, a taxa de desemprego nos EUA caiu para 9,5% em junho, de 9,7% em maio. O número ficou abaixo da previsão dos economistas ouvidos pela Dow Jones, que era de 9,8%. Por outro lado, o país fechou 125 mil vagas de trabalho no mês passadp, com o fim dos contratos temporários para a realização do censo, enquanto a previsão dos analistas era de queda de 110 mil. Já o setor privado gerou apenas 83 mil postos, abaixo da expectativa de criação de 100 mil.

As encomendas à indústria dos EUA também decepcionaram e caíram 1,4% em maio – maior queda em 14 meses – para US$ 413,25 bilhões. O declínio foi maior do que o de 0,8% previsto pelos economistas. “Esta semana, cada dado conhecido dos Estados Unidos veio confirmar o desastre do anterior”, avaliou Reginaldo Galhardo, gerente de moedas da Treviso Corretora de Câmbio.

Por isso, ele comenta que os investidores passaram, nesta semana, a trocar os ativos dolarizados por europeus, na medida em que se enfraqueciam as apostas contra o euro. No mercado interno, o Banco Central deixou para os minutos finais do pregão o leilão de compra de moeda no mercado à vista. A taxa de corte das propostas apresentadas pelas instituições financeiras foi fixada em R$ 1,7765.

Nas operações de câmbio turismo, o dólar caiu 2,08% hoje para R$ 1,887 (venda) e R$ 1,76 (compra), em média. O euro turismo cedeu 0,68% para R$ 2,347 (venda) e R$ 2,173 (compra).