A deputada estadual Celina Jallad (PMDB) comentou hoje, ao ser questionado por jornalistas, sobre a atitude do senador Valter Pereira (PMDB) que declarou apoio a Dilma Rousseff (PT) à presidência da República quando o PMDB local se decidiu por José Serra (PSDB). O senador ainda sinalizou a possibilidade de apoiar Dagoberto Nogueira (PDT), candidato a senador de Zeca do PT.

“Também sofri derrotas e nem por isso mudei meus rumos”, comentou ao final de sessão plenária da Assembleia Legislativa. Ela cita que nacionalmente o partido está apoiando Dilma assim a escolha de Valter não configura rebeldia, mas Dagoberto Nogueira está no grupo adversário ao PMDB nas eleições estaduais.

Valter está entre vários líderes do PMDB local que preferem Dilma a Serra. O deputado federal, Nelson Trad, o prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, o vice Edil Albuquerque são ‘dilmistas’ declarados.

Na avaliação dos deputados Youssif Domingos e Carlos Marun, ambos do PMDB, Valter quando prefere Dilma, assim como as demais lideranças está apenas “seguindo a linha nacional do partido”.

Para Celina, a atitude do senador de se unir a Dagoberto não combina com sua história no partido. “Valter foi um dos que assinaram a lista para fundar o MDB [movimento que originou o PMDB] no Estado”, disse a deputada.

Neste ano, Valter Pereira ameaçou deixar o partido depois que sofreu derrota nas prévias para o Senado. Ele acusou o governador André Puccinelli (PMDB) de ter usado a máquina pública para favorecer o adversário Waldemir Moka que saiu vitorioso conquistando o direito de concorrer ao Senado.

Depois de negociar com o PSB, Valter manteve-se no PMDB. Mas, rompeu politicamente com o governador André Puccinelli e não participará da campanha dele à reeleição.

Mas, para Celina, derrotas ainda que desleais não servem de motivo para mudar de convicções. “É preciso saber perder mesmo quando se tem razão”, filosofa a experiente parlamentar que está encerrando sua vida pública.