Crise do Enem abala emocional de vestibulandos

Revolta, decepção, tensão e insegurança são alguns dos sentimentos vividos nos últimos dias por boa parte dos 3,3 milhões de estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no final de semana passado. Em sua maioria adolescentes, eles se tornaram as maiores vítimas do imbróglio judicial em que a edição 2010 do Enem […]

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Revolta, decepção, tensão e insegurança são alguns dos sentimentos vividos nos últimos dias por boa parte dos 3,3 milhões de estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no final de semana passado. Em sua maioria adolescentes, eles se tornaram as maiores vítimas do imbróglio judicial em que a edição 2010 do Enem se transformou, por causa dos problemas nas provas de sábado.

A possibilidade de a disputa se arrastar na Justiça fez crescer a desilusão com o Enem – visto por muitos como a melhor chance de obter uma vaga numa universidade federal – e, ao mesmo tempo, deixou-os ainda mais inseguros por causa da pressão do calendário de vestibulares que tem início a partir deste final de semana.

O que está em jogo não é pouco. Das 84 universidades e instituições federais que usam a nota do Enem, 36 dependem exclusivamente do exame para selecionar seus alunos para 2011. Juntas, respondem por 48.458 cadeiras – ou 53% de todas as vagas oferecidas pela prova do Ministério da Educação (MEC).

A maioria dos candidatos a essas vagas mal teve tempo de refletir sobre a situação. No Rio de Janeiro, mais de 90 mil alunos fazem provas no feriado prolongado para as universidades federais mais procuradas do Estado – a Fluminense (UFF) e a do Rio de Janeiro (UFRJ). Para driblar a tensão provocada pelas falhas no exame e a incerteza se as instituições manteriam os planos de aproveitar as notas do Enem, escolas do Rio fizeram sessões de relaxamento, “aulões” de hidroginástica e até ioga.

“Os alunos já estavam preparados para as provas do ponto de vista do conteúdo; faltava o lado emocional. Essa indefinição fez o estresse dos estudantes aumentar”, afirmou Mely Fonseca, diretora pedagógica do Colégio Santa Mônica, na Taquara, zona oeste. “Eu foquei toda a minha preparação no modelo de prova da UFRJ, que é inteiramente discursiva, porque já esperava essa bagunça”, desabafa Brunna Rebelo, de 17 anos, que presta vestibular para Publicidade.

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