Com a liberação do Ministério da Saúde para a aplicação da vacina contra a gripe H1N1, acreditava-se que haveria uma grande procura por porte da população não contemplada pelos grupos e faixas etárias beneficiadas na campanha que teve início em março deste ano. Um público composto, principalmente, por adolescentes e pessoas entre 40 e 59 anos, colabora para que existam ainda, hoje, nos postos de saúde de Corumbá cerca de 3 mil e 500 doses da vacina.

“As crianças estão aderindo com os pais trazendo, mas tem alguns adolescentes que não querem se vacinar porque ouviram boatos e mitos na internet. As vacinas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde já foram testadas, não houve nenhuma complicação grave pelo fato de alguém ter tomado a vacina, então é melhor prevenirmos do que, futuramente, surgir uma epidemia”, esclareceu o coordenador de imunização da Secretaria Executiva de Saúde Pública do município, Wangley Bento de Campos, aproveitando para lembrar que não há determinação, após acabar o estoque, de o município receber novas doses. “Se o Ministério liberou, vamos aproveitar, pois, se essas doses ficarem guardadas e vencerem, teremos que inutilizá-las. Então, é importante que a população se previna ainda quando temos vacina”, disse.

A liberação para vacinação da população em geral está vigorando desde o dia 08 deste mês e até a última sexta-feira, dia 23, somando-se todos aqueles que receberam a vacina, incluindo números anteriores das campanhas vacinais, o município conseguiu imunizar um total de 49.880 pessoas.

Nesses tempos de baixas temperaturas, o ar mais seco e a maior concentração de pessoas em ambientes fechados, a prevenção contra a gripe e diversos outros vírus respiratórios deve ser redobrada. Nisso tanto a imunização contra gripe comum, também chamada de influenza sazonal, quanto a gripe H1N1, são grandes aliadas.

Por trabalhar numa escola onde há grande concentração de pessoas, Nely Fernandes Severino, de 44 anos, aproveitou a liberação da vacinação contra a influenza A e ainda fez um apelo para aqueles que ainda não comparecem numa unidade de saúde para se imunizarem. “Pode vir tomar que não dói nada e é rapidinho. O mais importante é a saúde da gente”, afirmou a mulher que trouxe a filha Dara de 14 anos para “deixar todos em casa protegidos”. “Só faltava nós duas. A minha outra filha, Ariadiny, já havia tomado a dose”, contou ao Diário.

De acordo com dados preliminares do Sistema de Vigilância-Sentinela de Influenza do Ministério, na primeira semana de junho deste ano, já foi observado, em todo o país, um aumento no número de atendimentos por síndrome gripal. O conjunto de sintomas que costumam aparecer em pacientes com gripe – como febre, tosse e dor de cabeça, entre outros – foi responsável por aproximadamente 15% do total de atendimentos nas 62 unidades de saúde responsáveis por monitorar os casos de influenza em todo o país.

Mitos

Sobre relatos que se espalham, seja no boca-a-boca ou através da internet, a respeito de fortes reações à aplicação da vacina, Wangley esclarece que a única ressalva é para pessoas que são alérgicas a ovo. Pessoas que disseram adoecer, justamente da gripe, após a aplicação colaboram, segundo o coordenador, para a criação de um mito em torno da vacina.

“Muitas vezes, a pessoa já estava gripada ou teve uma gripe mal curada em que não fez o tratamento adequado, então a pessoa perde noite, não tem uma boa alimentação e fica com uma imunidade baixa. Aí, quando recebe uma vacina viral no organismo ocorre uma mutação, então esse vírus injetado busca prevenir e exige mais do organismo. Esse resfriadinho não tem nada a ver com a vacina no momento. É um vírus ou uma gripe mal curada que você já teve no passado, então imagine dois vírus: um que está dentro de você e quer manifestar e outro que, através da vacina, busca te prevenir. Os dois vão brigar e a pessoa vai ter aquela enxaqueca, aquele mal-estar, mas não quer dizer que foi essa vacina que provocou a reação. Tem reações, sim, por exemplo, quem tem alergia a ovo, não pode tomar vacina, mas nesse caso, a pessoa tem que comprovar. A única contra-indicação é se a pessoa tiver febre no momento da aplicação”, explicou.