Corumbá lidera com folga o ranking de queimadas em Mato Grosso do Sul. Nestes oito meses do ano, a cidade acumula mais de um terço dos focos de incêndios florestais registrados no Estado. Com mais de 300 casos no ano, o total de focos registrado no município supera em mais de quatro vezes os 73 focos contabilizados em Porto Murtinho ao longo de 2010, que é o segundo na tabela estadual.

De 1º de janeiro até esta quarta-feira, 11 de agosto, as passagens do satélite NOAA 15-Noite, contabilizaram 304 focos de queimadas em Corumbá. No mesmo período, Mato Grosso do Sul registrou 837 focos de incêndios florestais. O levantamento é da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Os números do INPE mostram que o período de maior incidência de queimadas no município este ano foi julho. No mês passado, os satélites do Instituto identificaram 147 focos de queimadas, o que garante média de 4,74 focos por dia. O curioso é que julho – pleno inverno – foi um dos meses mais frios em Corumbá.

A segunda maior incidência de focos ocorreu em março, com 56 registros. Mesmo assim, foi mais de um caso por dia, ou para ser mais preciso 1,80 foco. As melhores situações foram observadas em janeiro e maio, com 11 e 12 focos mensais, respectivamente.

Nos primeiros onze dias de agosto, segundo a Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais, Corumbá teve apenas 2 focos de queimadas. Mesmo assim, a cidade já começa a ser encoberta pela fumaça dos incêndios florestais.

No ano passado as queimadas consumiram cerca de 60 mil hectares de área verde no Pantanal de Corumbá durante o mês de maio. Por conta disso, uma Força-Tarefa – composta por cerca de 40 homens do Corpo de Bombeiros; Polícia Militar Ambiental (PMA); Prevfogo e Prefeitura de Corumbá – fez o trabalho de combate às chamas. A operação contou com apoio de um helicóptero do Ibama. A aeronave fazia o ataque aéreo do fogo lançando 550 litros de água para resfriar o solo.

No país

Os 837 focos ao longo do ano colocam Mato Grosso Sul numa situação relativamente cômoda no ranking nacional de queimadas. O banco de dados do Instituto de Pesquisas Espaciais mostra que o estado ocupa a décima colocação no país.

Na frente dos sul-mato-grossenses aparecem Mato Grosso (5.590 focos); Tocantins (3.813); Pará (2.170); Bahia (1.839); Maranhão (1.648); Minas Gerais (1.467); Goiás (1.335); Piauí (1.185) e São Paulo (1.056 focos).

Bolívia teve mais de 2 mil focos

As passagens dos satélites do INPE também registraram os focos na Bolívia. Este mês foram contabilizados 33 focos naquele país. Desse total, 31 só no departamento de Santa Cruz, cuja província de Germán Busch faz fronteira com Corumbá. Ao longo de 2010, segundo o monitoramento, a Bolívia teve 2.306 focos, sendo 1.211 só na região departamental de Santa Cruz.

Em 2010, o satélite aponta 110 focos em Puerto Suárez e apenas 3 em Puerto Quijarro de 1º de janeiro a 11 de agosto. As duas cidades ficam na região fronteiriça com Corumbá. Fonte: Diário Corumbaense (www.diarionline.com.br).