Em clima de nostalgia, Carnaval Cultural fechou o desfile; no Grupo Especial, o título é disputados pelas escolas de samba Império do Morro, Vila Mamona, A Pesada e Major Gama; 40 mil pessoas assistiram a festa mais tradicional de MS

Os campeões do carnaval de 2010 dos desfiles dos blocos oficiais e das escolas de samba (grupos de Acesso e Especial) serão conhecidos na tarde desta quarta-feira de Cinzas, 17 de fevereiro. A apuração das notas da comissão julgadora oficial está marcada para 15 horas, no camarote da organização do crnaval na avenida General Rondon.

No Grupo Especial, o título é disputados pelas escolas de samba Império do Morro, Vila Mamona, A Pesada e Major Gama. A última colocada vai desfilar pelo grupo de Acesso em 2011. No Acesso, desfilaram Mocidade Independente da Nova Corumbá, Caprichosos de Corumbá, Acadêmicos do Pantanal e Marquês de Sapucaí. A vencedora sobe para a elite do carnaval corumbaense no ano que vem.

Os desfiles foram avaliados por um corpo de jurados integrado por 18 pessoas que julgaram bateria, samba enredo, mestre sala e porta bandeira, comissão de frente, baianas, fantasias, harmonia, alegoria e adereço, enredo e evolução.

O título dos blocos oficiais é disputado por 11 agremiações, Clube dos Sem, Olodum, Nação Zumbi, Vitória Régia, Bola Preta, Oliveira Somos Nós, Águia da Vila, Os Intocáveis, Arthur Marinho, Flor de Abacate e o Praia, Bola e Cerveja. Foram oito jurados que avaliaram quatro os quesitos harmonia/conjunto, bateria, melodia e evolução. Com informações da Subsecretaria de Comunicação Institucional.

ÚLTIMA NOITE

 

A terça-feira de Carnaval, 16 de fevereiro, foi uma viagem ao passado recente de Corumbá. Pierrôs, colombinas, palhaços, pastoras, marinheiros e uma grande frota de veículos antigos desfilaram pela General Rondon fechando a melhor folia do Mato Grosso do Sul. Até os bonecões, famosos em Olinda, passaram pela Passarela Pantaneira do Samba esbanjando animação. O Carnaval dos Velhos Tempos, celebrado pela sexta vez em Corumbá, foi implantado pela Prefeitura de Corumbá com o objetivo de resgatar o romantismo das festas que marcaram o século passado. 

Além de recuperar um pouco da história do povo corumbaense, a iniciativa também mantém vivos alguns costumes da região. Isso porque o envolvimento das novas gerações na festa é cada vez maior. “É diferente desfilar em um cordão. Não tem aquela responsabilidade das escolas de samba”, disse ao Diário Juliana Dias, de 17 anos. Pela terceira vez consecutiva, ela foi rainha do Cravo Vermelho, cordão fundado em 1944 e campeão por mais de 22 vezes nos desfiles da cidade. Com 150 integrantes, o cordão cantou o enredo “Cravo Vermelho Traz o Encanto do Sol na Magia do Fogo”.

O segundo a descer pelo Centro histórico da cidade foi o Paraíso dos Foliões. Formado em 1933 com o nome de “Mama na Burra”. No ano seguinte ganhou a denominação que é mantida até hoje. Com o enredo “Alegria Alegria”, a agremiação trouxe 200 empolgados integrantes. Entre eles o militar aposentado Haroldo Blanco. Aos 69 anos de idade, este foi o 36º desfile do folião. Vestido de príncipe, todo de azul claro, Haroldo deixou uma lição importante aos mais jovens: “carnaval é aproveitar as oportunidades da vida”, ensinou.

O Flor de Corumbá foi o terceiro cordão da noite. Também criado em 1933 por João Teodoro de Araújo, o popular “Peito de Aço”, ele desfilou até o ano de 1946. Depois retornou à passarela em 1983, já com a presidência de Alcides dos Santos Silveira, o Pombinho. Neste ano, o enredo foi “Carnaval à moda antiga” e contou com 200 componentes. Em seguida passou o Cinelândia, também com 200 integrantes e muita alegria com o enredo “Homenagem ao Pantanal”. O cordão foi fundado em 12 de outubro de 1967, como resultado de um programa de auditório. O primeiro presidente foi José Jarbas Duarte, que comanda o bloco até hoje.

O desfile dos cordões foi encerrado com a passagem de quatro grandes bonecões gigantes, todos vestidos de palhaços e embalados ao som de antigas marchinhas. Cada uma das peças tem aproximadamente 3,5 metros de altura e pesa até 50 quilos. Em seguida, desfilaram os belos e antigos carros do corso. A integração dos automóveis na folia de momo foi muito comum até os anos 70, quando eles eram enfeitados para trazer os foliões. Logo na sequência, veio o Bloco de Frevo, com bailarinos, bailarinas, alunos e alunas da Oficina de Dança da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal.

Em seguida passou a Ala das Pastoras, uma das mais importantes dos antigos cordões. Conta a história que estas personagens possuem os segredos dos antigos mestres do samba. Bastante vaidosas, abusavam adereços, como anéis, lenços ao pescoço, chapéu Panamá. Outra atração da noite foi o Bloco dos Marinheiros, criado no primeiro quarto do século passado. Acostumados com a festa do Rio de Janeiro, os militares criaram em 1933 a Escola de Samba dos Marujos, onde a ala dos marinheiros era obrigatória.

Encerrando o Carnaval Cultural de Corumbá, já na madrugada desta quarta-feira de cinzas, o Bloco dos Palhaços desfilou pela avenida General Rondon com cerca de 300 integrantes. A avenida ficou lotada de arlequins, pierrôs e columbinas, figuras certas nas antigas festas de salão. No carnaval corumbaense, os clubes ditavam o ritmo da folia até meados da década de 70.