Cia Dançurbana, de Campo Grande, é destaque em cadeia nacional de TV

Grupo especializado em dança de rua foi escolhido entre os melhores do país no programa “TV Xuxa”, da rede Globo; coreógrafo Marcos Mattos, o Markinhos, narra ao Midiamax a trajetória do grupo que, devido ao sucesso nacional, pode alçar outros ‘voos’ a partir de agora

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Grupo especializado em dança de rua foi escolhido entre os melhores do país no programa “TV Xuxa”, da rede Globo; coreógrafo Marcos Mattos, o Markinhos, narra ao Midiamax a trajetória do grupo que, devido ao sucesso nacional, pode alçar outros ‘voos’ a partir de agora

Foram 3 mil inscritos e apenas 12 selecionados. Entre esses estava o grupo de dança da Cia.Dançurbana. Estamos falando dos bailarinos de dança de rua que se apresentaram no último sábado (17/7) no programa “TV Xuxa” da rede Globo.

O grupo foi selecionado após inscrever duas danças. E três dos 16 integrantes tiveram a chance de conhecer a “rainha dos baixinhos” e mais do que isso: levar o nome de Mato Grosso do Sul de forma positiva para o Brasil todo ver.

Segundo Marcos Mattos, diretor e coreografo da companhia de dança, o grupo foi criado em 2002, e para ele, ainda há um caminho muito longo para que a expressão cultural seja mais valorizada em MS.

“Quem sabe com toda essa exposição de grupos não conseguimos alguma coisa”, diz ele otimista.

Markinhos, como ele é conhecido, conversou com a reportagem do Midiamax e falou sobre o prazer da dança, a emoção de participar de um concurso nacional e a importância da valorização cultural.

Midiamax: Como e quando nasceu o grupo?

Markinhos – O grupo nasceu de outro grupo que dançávamos e em 2002 ficamos ‘independentes’ e nosso auge foi há apenas três anos. Mas já temos oito anos de estrada e temos a intenção de levar a arte a todos os lugares possíveis e de promover a integração com a comunidade. A concepção e a execução de seus trabalhos atestam este compromisso.

Midiamax: E os bailarinos?

Markinhos – Nós temos a dança como veiculo de formação e de expressão sensória e com uma nova proposta para o segmento do Hip Hop sul-mato-grossense, novas buscas de linguagens e vivencias corporais. Incorporando essa nova proposta em seus trabalhos e criações.

Midiamax: Eles vivem de dança?

Markinhos – Na realidade poucos sobrevivem de dança, somos em 16 e apenas 5 bailarinos sobrevivem de dança. Os outros trabalham em diferentes áreas e e alguns no momento estão desempregados, mas todos tem vontade de trabalhar com dança sobreviver dela. Isso é uma certeza

Midiamax: Como o grupo sobrevive?

Markinhos – Nós não temos nenhum tipo de ajuda de custo e o grupo sobrevive por si só de eventuais cachês. É com isso que pagamos nosso aluguel, água, luz, figurino e outras despesas. Sempre buscamos ajuda com empresários e pessoas que de uma forma ou de outra podem ajudar. Inclusive há alguns editais abertos para esse tipo de incentivo, mas é muito difícil conseguir entrar. Todo ano apresentamos projetos pro FIC- fundo de investimento a cultura e nunca conseguimos passar. Vamos tentar de novo.

Midiamax: Falta incentivo para a dança em Mato Grosso do Sul?

Markinhos – Acredito que o problema não é da dança em MS, mas sim da dança no Brasil. É claro que nos grandes centros, a circulação e a produção em dança e maior e isso acaba incentivando fundos e investimentos. Mas acredito que a dança aqui tem melhorado só as formas de incentivo que ainda estão fracas

Midiamax: E você acredita que com esse destaque, essa exposição a questão pode melhorar?

Markinhos – Ah, sim. Acredito que com essa aparição nossa em rede nacional o reconhecimento e campo de trabalho podem sim se ampliar e quem sabe conquistarmos o que tanto almejamos que é ficarmos tranquilos e termos condições mínimas para trabalhar, pois todos os meses corremos atrás para poder custear nossas despesas, sempre apertados e preocupados sem saber se vamos conseguir ou não.

Você acredita que a dança pode ser vista como um trabalho social?

Markinhos – Depende de como ela é feita e para qual intuito, mas acredito sim que é uma ferramenta fundamental, pois a maioria de nossos integrantes são provenientes de projetos sociais.

Midiamax: Como vocês ficaram sabendo do concurso da Xuxa?

Markinhos – Um amigo do grupo e integrante da companhia nos avisou do programa dizendo q era nossa chance e que tínhamos que participar . Então fizemos as gravações e mandamos duas propostas. Uma com o nome de Cia. Dançurbana composta por 8 bailarinos e outra com o nome de UrbanDAncers composta por 3 bailarinos.

Midiamax: E por que não foi a companhia inteira?

Markinhos – Fizemos isso pois segundo o regulamento, o número máximo de integrantes era de 8 por grupo apresentado. E o escolhido foi o UrbanDancers. Então ficamos sabendo no final de maio da aprovação e embarcamos pro rio dia 08 de junho e no outro dia já gravamos.

Midiamax: E o que como foi a experiência?

Markinhos – Nossa, foi uma coisa mágica, não estávamos acreditando até o momento de estarmos no Projac, realmente a Globo é uma potência. É um lugar incrível a produção da XUXA é incrível também. Foram todos educados, simpáticos, atenciosos, gentis. Pensa, ninguém ali nunca tinha viajado de avião, foi uma mistura de medo com felicidade. Um turbilhão de sentimentos

Midiamax: Para finalizar. Você conseguiria definir a dança?

Markinhos – Nossa que difícil. Acredito que ela não tem tradução, é pra ser apreciada, sentida, não precisa agradar sempre e nem chocar sempre. Acho que a Dança é fundamental na vida do ser humano, tem gente que acha que nao dança e dança, ela é sUBjetiva, toma varias formas, sentidos e sabores. Não precisa ter significados, explicar algo, ela já é algo, é DANÇA.

 

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