O rio Paraguai pode estar no pico máximo de cheia na região de Corumbá. De acordo com a régua do 6º Distrito Naval de Ladário o principal rio da planície pantaneira, atingiu a marca de 4,34 metros na sexta-feira e ficou estacionado até domingo. Nesta segunda-feira, o nível do rio subiu 1 centímetro e agora está em 4,35 metros. Previsão feita em maio, a partir do Modelad (Modelo de previsão de cheia em Ladário), pela Embrapa Pantanal, mostrou que a altura máxima do rio chegaria até 4,40 metros, com variação entre 4,10 m até 4,70 metros.

O pesquisador Ivan Bergier, da Embrapa Pantanal, faz os cálculos de previsões da cheia e seca através de dados colhidos desde 1900. Em 2010, os estudos apontaram um pico máximo bem superior ao registrado no ano passado, quando a régua de Ladário chegou, no ápice, a 3,30 metros. Para constatar o nível máximo alcançado pelo rio Paraguai, o pesquisador se baseia na diminuição dos números da régua de Bela Vista do Norte, no Mato Grosso. “Quando começa a baixar naquela cidade é sinal que o rio não vai subir mais. Então podemos supor que a probabilidade do rio ter alcançado o ápice em Ladário é grande”, explicou ao Diário.

Com mais de 1,6 mil km de extensão o principal rio da planície pantaneira vai começar o fenômeno inverso de seca nos próximos meses. As águas vão descendo lentamente desde as cabeceiras, localizadas nas cidades de Chapada dos Parecis e Diamantino, em Mato Grosso, até Corrientes, na Argentina. De acordo com o pesquisador ainda é cedo para prever quais serão os níveis mínimos registrados no rio Paraguai durante o período de estiagem deste ano, que começa a acontecer em agosto e se prolonga até dezembro.

“Há uma relação entre a cheia e a seca, porém nos cálculos que fazemos não temos uma probabilidade de 100%. É necessário aguardar as variações de chuvas e evaporação da água”, complementou. Como o Pantanal é um sistema hídrico negativo, ou seja, perde mais água através da evaporação do que ganha com as chuvas, a única forma de alimentar toda a extensão alagada é através da precipitação que cai nas cabeceiras dos rios no norte de Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso.

Modelad

Baseado nos níveis históricos do rio Paraguai a partir dos dados coletados pela régua do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, do 6º Distrito Naval, desde 1900, o Modelad monitora o comportamento do rio ao longo dos anos. A previsão fica mais próxima do que realmente acontece conforme se aproxima o período do pico. No boletim divulgado em maio foi previsto um nível máximo de 4,40 m, com variação entre 4,10 m e 4,70. Em abril o Modelad previa cheia de até 4,60 m; março era 5,30 m e fevereiro 5 metros, sendo utilizado a altura do rio Paraguai do mês anterior como base.