Profissionais querem reajuste de 38,7% na bolsa-salário, congelada desde 2006, segundo associação nacional da categoria. Governo federal oferece 20%.

O comando nacional da greve dos médicos residentes recusou a proposta de reajuste da bolsa-salário, oferecida pelo governo federal, e decidiu pela continuidade da paralisação deflagrada nesta terça-feira (17) em 23 estados do país. Em Mato Grosso do Sul, cerca de 300 profissionais seguem de braços cruzados, por reajuste de 38,7% no auxílio, congelado desde 2006 pelo governo federal, segundo a associação nacional da categoria (ANMR).

Os médicos residentes recusaram a proposta apresentada pelos Ministérios da Saúde e da Educação, que reajusta as bolsas-salário em 20%. Eles reivindicam ainda a ampliação de benefícios, como a criação da 13ª bolsa e a melhoria das condições de formação.

Em Mato Grosso do Sul, a greve atingiu a Santa Casa, o Hospital Universitário, o Hospital Regional e a Maternidade Cândido Mariano. Todos os procedimentos eletivos foram adiados, e apenas atendimentos de urgência e emergência serão feitos pelos médicos-residentes. Partos e cirurgias que possam colocar em risco a vida do paciente também serão garantidos pelo mínimo de 30% do quadro de profissionais.

Por uma jornada semanal de 60 horas em regime de plantão, os médicos residentes recebem bolsa-salário de R$ 1.916,45.

Segundo a ANMR, as negociações com os ministérios da Saúde e da Educação estão paradas desde abril. A informação foi contestada pelo governo federal que, em nota, afirma que as negociações ocorrem há seis meses. A assessoria de imprensa da Santa Casa informou que a direção irá se pronunciar sobre a greve apenas no período da tarde.

(Atualizado às 14h para acréscimo de informação)