O HU (Hospital Universitário) informou ontem que não recebeu ofício sobre o caso da paciente Rita Ribeiro, 19, que após um procedimento cirúrgico de retirada de pedras nos rins, ficou sem andar e sem falar. O hospital disse que espera o MPF (Ministério Público Federal) notificá-lo sobre o assunto para então se posicionar.

O caso foi noticiado pelo Midiamax no início deste mês.

Porém, hoje o procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), Felipe Fritz Braga, contestou a informação prestada pelo hospital e disse que o HU como órgãó público, que gerencia dinheiro do Sistema Único de Saúde, tem o dever de esclarecer a situação à população. 

“O ato de notificação pelo MPF é aplicável exclusivamente a diligências investigativas realizadas pelo Ministério Público. Não tem sentido condicionar uma coisa a outra. Toda instituição pública deve prestar pelo menos minimamente informações à sociedade, sobretudo em casos como esse, que, pela sua repercussão, geram insegurança em todos nós que podemos um dia ser atendidos no HU. Prestar informações é uma questão de boa gestão do serviço público”, declarou.

Fritz ainda reiterou que o órgão está trabalhando, mas que a investigação está em sigilo devido à gravidade do caso. O procurador disse que já visitou a família da estudante.

“Já visitei pessoalmente a família, pude conhecer Rita, conversei longamente com eles, e registrei toda sua insatisfação com o tratamento que receberam e com a absoluta falta de preocupação dos prestadores de serviços de saúde com sua situação no momento atual. Estamos trabalhando no caso e dada a gravidade das acusações não podemos divulgar nomes nem adiantar medidas que serão tomadas, pois ainda são só hipóteses”, explicou em entrevista enviada ao Midiamax.

A primeira ação do MPF foi solicitar ao HU que entregasse a família de Rita Ribeiro o prontuário da jovem.

Na última sexta-feira, o presidente da Associação de Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, Valdemar Moraes de Souza, declarou que já está com os prontuários de Rita Stephany, mas ainda faltam as atas de enfermagem. “Eu já informei isso ao MPF”, afirmou ele em entrevista.

O presidente da Avem/MS, explicou que falará sobre o direcionamento do caso em coletiva à imprensa na próxima quinta-feira, pois ele e a advogada Giovana Trad ainda estão estudando os documentos, inclusive outros prontuários da jovem, que também havia passado pelos postos de saúde do Nova Bahia e Coronel Antonino, além do Hospital Regional Rosa Pedrossian.

O caso

A estudante foi internada dia 26 de janeiro deste ano, no Hospital Universitário para fazer um procedimento simples de implantação de cateter para desobstruir o canal da urina.

Após a cirurgia, Rita entrou em coma e segundo a família, o caso se agravou com uma parada cardíaca que causou uma hipoxia cerebral. Ela perdeu os movimentos e ficou totalmente dependente da mãe, que trabalhava como esteticista autônoma. Sem conseguir acesso ao prontuário, a mãe da menina, Inalécia de Oliveira procurou então a Associação, e após ação do Ministério Público Federal, o prontuário foi entregue à família.