Um lote de 32 cabeças de vaca estreou o programa de venda e compra eletrônica de carne bovina, lançado hoje em Campo Grande, pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) em parceira com a BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias).

A partir de agora, o negociante de boi não precisa recorrer mais a pesquisas por telefone, por exemplo. Basta ofertar seus animais pela internet, ferramenta que vai disponibilizar as cotações diárias. E o bom do projeto, segundo seus organizadores, é que antes de entregar a boiada, 90% do valor negociado já caem na conta do pecuarista vendedor.

Para o presidente da Famasul, Eduardo Correia Riedel, a nova modalidade de venda de animais traz o que mais exige o mercado produtor: a confiança. Ele disse que os pecuaristas aprovaram a ideia e agora a “pecuária de corte alcançou a transparência”.

Ano passado os pecuaristas sul-mato-grossenses enfrentaram uma forte crise por conta dos atrasos nos pagamentos de animais vendidos aos frigoríficos.

“Além da segurança, a venda eletrônica torna o mercado mais competitivo”, aposta Riedel. Por meio do site BBM [www.bbmnet.com.br], o produtor informa o volume de animais que quer negociar e o preço que quer por ele. Ainda no site, aparecem as informações das indústrias frigoríficas e suas cotações.

Mas essa confiança terá um custo: o criador de gado paga 0,5% sobre o negócio combinado, mesma quantia cobrada do frigorífico comprador. E as vendas só serão fechadas por meio de uma empresa corretora. Aqui em Mato Grosso do Sul, ao menos 25 empresas podem agir nas vendas eletrônicas, segundo Carlos Eduardo Dupas, presidente da BBNet.

A primeira venda por meio da internet ocorreu no município de Brasilândia, onde um pecuarista negociou 32 cabeças de vaca com um frigorífico de Nova Andradina, informou o corretor Marco Antonio Ribeiro, responsável pela comercialização. O lote mínimo fixado pela BBM nas vendas eletrônicas é de 20 a 23 animais.