Campanha diminui calorias consumidas em escolas

Não é todo o dia que a indústria de refrigerantes se vangloria pelo número de bebidas que não vendeu. Entretanto, foi o que aconteceu com os líderes do mercado na segunda-feira, durante a divulgação, em Nova York, dos resultados de uma iniciativa de combate à obesidade infantil que conseguiu reduzir em 95% o consumo de […]

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Não é todo o dia que a indústria de refrigerantes se vangloria pelo número de bebidas que não vendeu. Entretanto, foi o que aconteceu com os líderes do mercado na segunda-feira, durante a divulgação, em Nova York, dos resultados de uma iniciativa de combate à obesidade infantil que conseguiu reduzir em 95% o consumo de refrigerantes de alto teor calórico nas escolas americanas.

A campanha Aliança para uma Geração mais Saudável, uma parceria entre a Fundação Bill Clinton, o Instituto do Coração dos EUA e algumas das maiores empresas de refrigerantes do mundo – entre elas, Coca-Cola e Pepsi – conseguiu, nos últimos cinco anos, reduzir em 88% o total de calorias consumidas nas escolas americanas.

– As empresas de refrigerantes reduziram drasticamente o consumo de calorias nas escolas ao eliminar as bebidas de alto teor calórico – anunciou Susan Neely, presidente da Associação de Bebidas dos Estados Unidos. – As bebidas disponíveis para os estudantes são agora de baixas calorias, nutritivas e oferecidas em menor volume.

Em entrevista concedida de seu escritório em Nova York, o ex-presidente Bill Clinton, um dos fundadores da iniciativa, afirmou estar “agradavelmente chocado” com os resultados:

– Houve uma mudança dramática em prol de bebidas mais nutritivas, de baixa caloria, o que nos surpreendeu..

Na maioria das escolas americanas, refrigerantes tradicionais foram substituídos por bebidas mais saudáveis como chás gelados, sucos e água mineral, oferecidos em porções menores do que as vendidas nos supermercados, bares e restaurantes.

Nos anos letivo de 2006 e 2007, refrigerantes tradicionais (não dietéticos) representavam 30% das bebidas consumidas nos colégios americanos. Devido a iniciativa, em 2009, estas mesmas categorias representaram apenas 6,8% do total de bebidas consumidas. A indústria ainda não atingiu sua meta de erradicar de uma vez por todas das escolas os refrigerantes tradicionais, uma vez que ainda há uma pequena porcentagem de escolas que se recusam a reformular contratos de venda com fornecedores.

Para alunos do ensino infantil e fundamental, a campanha estimulou o consumo de leite desnatado, sucos frescos e água mineral aromatizada como alternativas saudáveis para os refrigerantes. Já no ensino médio, os alunos tiveram acesso a alguns refrigerantes dietéticos e bebidas esportivas, além de chás e água mineral aromatizada.

O mercado escolar representa cerca de 1% da indústria de bebidas em geral nos EUA, de modo que a queda nas vendas nas escolas não reflete cortes substanciais para os fabricantes.

O relatório da Aliança para uma Geração Mais Saudável foi divulgado no momento em que a primeira-dama, Michelle Obama, lidera uma campanha para combater a obesidade infantil, e o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, pressiona pela implementação de um imposto estadual sobre bebidas açucaradas artificialmente.

Segundo Bloomberg, impor aos refrigerantes um novo imposto, já batizado de “fat tax” (taxa de gordura), traria mais dinheiro para os cofres públicos e a redução do consumo deste tipo de bebida.

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