Não faltaram motivos para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operar no positivo durante todo o pregão de hoje e fechar na maior pontuação desde 4 de maio. As boas notícias vieram de todos os lados, desde China, Europa e Estados Unidos, além do quadro interno da economia.

O pessimismo deixado ontem pela audiência do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, no Senado, que derrubou as bolsas em Nova York, foi apagado por indicadores positivos da zona do euro e dos Estados Unidos e por fortes resultados corporativos também nos EUA.

O índice Ibovespa absorveu esse otimismo todo e tomou fôlego também com a redução do ritmo de alta da taxa Selic, definida ontem à noite pelo Comitê de Política Monetária do Banco (Copom), do Banco Central, e do índice de desemprego no País em junho conhecido hoje.

Esses dados internos deram impulso às ações de empresas do varejo e de bancos, porque com alta de juro e desemprego menores as empresas relacionadas ao consumo interno podem continuar captando recursos a custos menores e mantendo as linhas de financiamento ao consumidor.

Além disso, ações de mineradoras, em especial da Vale, e de siderúrgicas, continuaram alimentando o índice, impulsionadas por notícias vindas da China de que o país vai continuar buscando o crescimento.

Ontem à noite, o Copom elevou, em placar unânime, a taxa básica da economia (Selic) em 0,50 ponto porcentual, para 10,75% ao ano, quando até a semana passada o consenso era de aumento de 0,75 ponto porcentual.

Analistas avaliam que o processo de aperto monetário no País poderá ser menor que o previsto, com a taxa básica estacionando eventualmente em 11% ou 11,25% no começo de setembro – ou, quem sabe até, parando onde está.

Hoje cedo, o IBGE anunciou redução na taxa de desemprego em junho nas seis principais regiões metropolitanas do País. A taxa ficou em 7,0% em junho, ante 7,5% em maio. O resultado ficou no piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 7% a 7,8%, e abaixo da mediana, de 7,25%.

O Ibovespa fechou em alta 1,97%, aos 65.748,10 pontos e oscilou entre a mínima de 64.503,73 pontos e máxima de 66.212,79 pontos. No mês, o ganho ampliou-se para 7,90% e no ano a perda foi reduzida para 4,14%. O giro financeiro foi de R$ 6,359 bilhões. Os dados são preliminares.

Entre as maiores altas do índice estiveram ações ligadas ao varejo como B2W Varejo ON (+5,03%), Lojas Americanas PN (+4,72%) e Lojas Renner ON (+4,18%), além das aéreas TAM PN (+4,36%) e Gol PN (+3,82%).

Vale ON subiu 2,11%, para R$ 47,80, e PNA evoluiu 1,75%, para R$ 41,87. Entre as siderúrgicas, CSN ON subiu 3,73%; Usiminas ON, +0,47%, e PNA, 1,33%; Gerdau PN, +2,95%.

Petrobrás PN subiu hoje 1,75%, para R$ 27,98, enquanto o papel ON valorizou-se 1,05%, cotado a R$ 31,87.

Em Nova York, o Dow Jones subiu 1,99%, para 10.322,30 pontos; o Nasdaq evoluiu 2,68%, para 2.245,89 pontos; e o S&P subiu 2,25%, para 1.093,66 pontos. Os dados são preliminares.