Um time fez opção pelo coletivo e outro preferiu apostar na individualidade de seus ‘astros‘. Ao fim, melhor para os unidos operários do Botafogo, que venceram por 3 a 0 um atordoado Atlético-MG, neste sábado, no Engenhão, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo marcou ainda o retorno de Loco Abreu após a Copa do Mundo. O uruguaio entrou aos 34 minutos do segundo tempo, na vaga de Maicosuel.

Com o resultado, o time mineiro acumula sua nona derrota na competição e segue com dez pontos, na penúltima colocação. Aliás, o time pode cair para a lanterna caso o Atlético-GO, com oito, vença neste fim de semana.

Já o Botafogo comprovou que a boa fase está mesmo de volta. Agora com 18 pontos, o time assume, ao menos provisoriamente, a oitava colocação, ultrapassando, inclusive, o rival Flamengo.

Atuando em casa, coube ao Botafogo tomar a iniciativa. Com Jobson inspirado, o time carioca passou a criar muito pelas laterais. Alessandro, pela direita, avançava com desenvoltura, mas pecava no arremate final. Pelo lado do Atlético-MG, Obina se movimentava com dificuldades e Diego Tardelli, muito recuado, pouco aparecia. Diego Souza passou a chamar a responsabilidade, mas o excesso de individualismo atrapalhava.

Melhor em campo, mais organizado e atacando de forma incisiva, a equipe da casa foi ganhando corpo e, aos 31, fez o Engenhão vibrar. Herrera recebeu e bateu cruzado. Fábio Costa bateu roupa e Maicosuel aproveitou a falha para abrir o placar.

A vantagem não fez o Botafogo se acomodar e nem o Atlético-MG despertar. Sendo assim, tudo seguiu igual. E logo os cariocas fizeram mais um, em lance polêmico. Somália arriscou rasteiro, a bola bateu na mão de Herrera, que estava caído, e enganou Fábio Costa. Os atleticanos chiaram, cercaram o árbitro Leonardo Gaciba, mas nada feito. Apesar da revolta, gol confirmado. O jogo rolou sem novidades até o apito para o intervalo.

O toque na mão de Herrera foi claro, mas na saída de campo o argentino contou versão diferente: “Pegou no ombro, o gol foi legal”, disse, com autoridade convincente.

Insatisfeito com seu time, Vanderlei Luxemburgo mudou. Tirou Serginho e Obina, promovendo as entradas de Ricardinho e Ricardo Bueno. A lucidez do meio-campista e intensa movimentação do atacante deram outra cara aos mineiros. A bola parava no setor médio, dando tempo de os laterais avançarem. Com isso, o jogo passou a fluir. A melhora era visível. O Botafogo, por sua vez, passou a jogar de forma mais cautelosa. Com sete, e às vezes até oito homens atrás da linha da bola, vi anos contra ataques a opção mais efetiva para confirmar a vitória.

Apesar da melhora, o Atlético-MG não consegui ser efetivo. Com o ímpeto inicial passado, a equipe desacelerou novamente, dando espaço para os donos da casa explorarem a velocidade de Maicosuel na saída de bola. O Botafogo foi aos poucos retomando as rédeas e confirmou isso aos 18 minutos. Jobson invadiu a área, deixou o corpo e o experiente Ricardinho foi afoito, calçando o atacante. Pênalti. Na cobrança, Herrera bateu forte e ampliou a vantagem. Daí em diante o jogo não reservou grandes lances de perigo.

O Botafogo seguiu mais efetivo e organizado, enquanto o Atlético-MG tentava evitar uma goleada maior. No duelo de alvinegros, a prova de que um, o carioca, segue o rumo certo, e a certeza de que o mineiro precisa abrir os olhos antes que seja tarde.