Automedicação aumenta risco em pacientes com sintomas da dengue

Doença já afetou ao menos 32 mil pessoas de janeiro para cá em Mato Grosso do Sul; estágio avançado da dengue matou dez pacientes, segundo dados oficiais. Infectologista Rivaldo Venâncio afirma que automedicação retarda busca por atendimento que pode ser fatal

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Doença já afetou ao menos 32 mil pessoas de janeiro para cá em Mato Grosso do Sul; estágio avançado da dengue matou dez pacientes, segundo dados oficiais. Infectologista Rivaldo Venâncio afirma que automedicação retarda busca por atendimento que pode ser fatal

A epidemia de dengue continua causando preocupação em todo Mato Grosso do Sul. De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, até o dia 6 de março, foram notificados 32.225 casos da doença, sendo que 11 mortes já foram confirmadas. Os médicos alertam para o risco da automedicação que, muitas vezes, faz o paciente retardar a busca por ajuda profissional, o que acaba colocando em risco a sua vida.

Segundo o médico-infectologista e professor de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Rivaldo Venâncio, as pessoas devem procurar uma ajuda profissional e evitar a automedicação.

Atendimento médico

Em tempos de epidemia de dengue, como o que está ocorrendo em Mato Grosso do Sul, o especialista afirma que a dengue não é uma doença que mata em 24 horas e que, por isso, ao sentirem os primeiros sintomas as pessoas devem procurar por atendimento médico.

‘Cuidado’

Ele ressalta que os sintomas da dengue são parecidos com outras doenças e que é através de exames que se pode confirmar o real quadro da doença que pode evoluir para dengue hemorrágica e levar a óbito.

“A dengue não mata em 24 horas. Então se a pessoa sentiu febre e dor de cabeça, ela tem que procurar atendimento médico para saber o que ela realmente tem, já que os sintomas são parecidos com outras doenças. A pessoa não sabe por si só se está com dengue hemorrágica, com os exames ela saberá. Uma pessoa pode morrer por ter buscado atendimento tardio”, afirma o médico.

Mortes

Segundo o boletim da secretaria, dos 11 óbitos cinco ocorreram em Campo Grande, quatro em Dourados, um em Corumbá e um em Rio Brilhante. O número de mortes pode aumentar já que nove estão em investigação: seis em Campo Grande, um em Dourados e 2 em Jardim.

Caos

De acordo com os dados da secretaria Estadual de Saúde, a cidade que lidera o número de notificações é Campo Grande com 20.250 notificações com uma incidência de 2682 para cada 100 mil habitantes, em segundo lugar vem a cidade de Dourados com 1651 notificações.

Jardim

Em terceiro lugar no número de notificações vem a cidade de Jardim com 1295. Porém, a situação do município é preocupante pois ela lidera no número de incidência que é de 5374 para cada grupo de 100 mil habitantes.

Além de Jardim, outros municípios que preocupam devido ao número elevado da incidência são: Angélica com 2518, Corguinho (1875), Ivinhema (2.122), Nioaque (2198), Pedro Gomes (1942) e Rio Brilhante (3.369).

Dados desencontrados

É importante ressaltar que as notificações também podem ser superiores ao que foi anunciado no boletim, já que 45 municípios não informaram os casos de dengue da última semana. Por exemplo, de acordo com dados da Sesau, em Campo Grande, os números de notificações já ultrapassam 21 mil casos.

Bom exemplo

Dos 78 municípios do Estado, somente as cidades de Caracol, Japorã e Taquarussu não possuem nenhum caso da doença.

 

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