Ary Rigo pede licença do PSDB e trava processo interno

Deputado estadual que revelou a suposta existência de mensalão na Assembleia Legislativa é o único “punido” até agora

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Deputado estadual que revelou a suposta existência de mensalão na Assembleia Legislativa é o único “punido” até agora

No olho do furacão por conta das declarações dadas acerca de um suposto mensalão existente na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Ary Rigo, do PSDB, alegando “questões pessoais”, pediu licença do partido por três meses.

A postura do parlamentar pode ter um outro significado: barrar a investigação contra ele conduzida pela Comissão de Ética do PSDB, instrumento capaz de expulsá-lo da sigla se provado que houve negligência na declaração dele. Falas do parlamentar foram parar na internet durante o período da eleição, dois meses atrás, denunciando suposta partilha de dinheiro público entre membros dos três poderes. 

O presidente regional do PSDB, deputado Reinaldo Azambuja, disse à imprensa, momentos antes da manifestação de Rigo que que o colega pediu “afastamento por 90 dias”. No período de afastamento ou de licenciamento, como prefere Rigo, o processo interno contra ele fica parado.”É um direito que o filiado tem. Não podemos fazer nada”, disse Azambuja.

Em rápidas palavras aos jornalistas, Rigo disse que pediu licença por questões pessoais em razão de estar sendo interpelado judicialmente devido às suas declarações. Até agora, manifestaram contra ele 12 dos 30 desembargadores e o ex-procurador geral de Justiça, Miguel Vieira.

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Rigo disse sem saber da gravação que a Assembleia Legislativa dava dinheiro a desembargadores do Tribunal de Justiça, ao Ministério Público Estadual e também para o governador reeleito André Puccinelli, do PMDB. Tudo em troca em favores, incluindo influências em decisões judiciais.

Por conta das declarações, foram abertas investigações contra a Assembleia Legislativa. Rigo, deputado de seis mandatos, acabou não reeleito e hoje amarga um distanciamento políticos por parte dos colegas.

O tucano é o primeiro-secretário da Assembleia, cargo ocupado por quem cuida do orçamento da Casa, algo em torno de R$ 10,5 milhões mensais. A Corregedoria da Assembleia encerrou procedimento de apuração e pediu a Mesa Diretora que convocasse a Comissão de Ética para investir Rigo. Contudo, a Mesa ainda não tomou providências.

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