A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, voltou a reivindicar hoje que o Reino Unido discuta a soberania das Ilhas Malvinas, após o aumento da tensão entre os dois países pela prospecção britânica de petróleo no arquipélago.

“Tive o orgulho de receber em uma cúpula o apoio de todos os países da América Latina e do Caribe sobre as Malvinas”, disse a governante na inauguração de um novo curso legislativo no Parlamento.

Os 32 países da América Latina e do Caribe reunidos na Cúpula do Grupo do Rio, no México, aprovaram na semana passada por unanimidade a exigência da Argentina ao Reino Unido pela soberania das Malvinas.

“Vamos seguir pela linha da diplomacia, do direito internacional. Queremos nos sentar para discutir, levando em conta os interesses dos moradores do Reino Unido”, disse Cristina.

A presidente argentina considerou que o Reino Unido “pretende ter soberania a 14 mil quilômetros de distância das ilhas”, cujo domínio motivou em 1982 uma guerra entre os dois países.

A tensão entre Buenos Aires e Londres aumentou nas últimas semanas, após a notícia do início da prospecção de petróleo no leito marítimo das Malvinas, o que para o Governo argentino significa a exploração de recursos naturais que pertencem a seu país.

Na semana passada, e apesar dos protestos argentinos, uma plataforma petrolífera britânica foi transportada até um ponto situado 100 quilômetros ao norte do disputado arquipélago, informou a imprensa britânica.

O Governo da Argentina considera que essas operações violam sua soberania sobre as Malvinas, e impôs restrições aos navios que partem de terra firme rumo às ilhas.

O Reino Unido, que ocupa as Malvinas desde 1833, e a Argentina se enfrentaram em uma guerra pela soberania do arquipélago em 1982, conflito no qual morreram 255 militares britânicos e mais de 650 argentinos.