Após incêndio criminoso, fábrica de pneus segue em área residencial

Pelo risco ambiental, Prefeitura havia anunciado transferência de empreendimento para pólo industrial; empresa alega prejuízos e moradores reclamam do risco da dengue

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Pelo risco ambiental, Prefeitura havia anunciado transferência de empreendimento para pólo industrial; empresa alega prejuízos e moradores reclamam do risco da dengue

Foram 12 dias sob a cortina de fumaça que encobriu toda a região do Jardim Tarumã após incêndio no 1º dia do ano quando a fábrica de pneus reciclados, a Eco Pneus, foi alvo de revolta de moradores que respondem na Justiça por incêndio criminoso. A região, que fica perto do Coophavila II, é conhecida por conta de um dado nada animador. É lá que está concentrada a maioria dos focos de dengue da Capital.

O incêndio teria como pano de fundo a morte de um jovem morador do bairro vítima da doença.

O Midiamax voltou ao Jardim Tarumã, que sofreu com os prejuízos ambientais resultados após o incêndio, e constatou que a empresa ainda continua no mesmo local. A Prefeitura havia anunciado a transferência dela para o núcleo industrial. Os moradores chegaram a dizer que seria um alívio a mudança da fábrica para bem longe, na saída para Cuiabá.

Hoje, a empresa ainda sofre com os prejuízos e a população continua a acusá-la pelo alto índice de dengue na região.

Maurício Mendes, gerente de produção da fábrica, conta que até hoje arca com os prejuízos do incêndio. Em ritmo lento a empresa retoma as atividades. Além de dois barracões destruídos, funcionários parados e máquinas para retirar os destroços do incêndio, a empresa levou uma multa de R$ 25 mil.

“Ainda não pagamos a multa, vamos recorrer porque foi confirmado incêndio criminoso”, diz Mendes ao ressaltar que está tomando até remédio por conta do transtorno.

Apesar de todo o ocorrido a dengue não deu trégua. Os moradores ainda alegam que os pneus da fábrica são focos das larvas do Aedes Aegypti, causadoras do alto índice de dengue na região.

“O povo do bairro culpava a fábrica por causa dos pneus. Agora fizeram o que fizeram e a dengue ainda continua aí. Muita gente teve a doença depois do incêndio”, justifica um morador do bairro que não quis ser identificado. “Na hora que morrer mais um, o povo bota fogo de novo”.

Rodrigo mora no bairro há 18 anos e alega que depois que a fábrica se instalou no Tarumã, há dois anos, o mosquito da dengue proliferou muito rápido.

“Antes de colocarem fogo era impossível ficar na rua sem ficar se debatendo para matar os mosquitos, agora melhorou, mas a dengue ainda continua por aqui”.

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