Fagner Gonçalves, 26, acusado de matar no dia 7 de junho de 2008 o soldado do Exército, Leonardo Sales da Silva, 19, é julgado.

O domador passa pelo júri popular e o processo está com a 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Ele aguardava pelo julgamento no Presídio de Trânsito da Capital.

Acusado de homicídio doloso (intencional) no processo sobre a morte do jovem soldado do Exército, Leonardo Sales da Silva, de 19 anos, deve apresentar defesa e passar pelo crive do júri popular.

O militar foi morto vítima de atropelamento no dia 7 de junho após rodeio no Bairro Dom Antônio. Ele foi arrastado por 15 quilômetros.

A defesa conseguiu protelar o primeiro julgamento através de recurso que sustenta a tese de homicídio culposo (não intencional). No dia 10 de novembro o juiz encaminhou o processo para a apreciação do Ministério Público.

Em março de 2009, o juiz Aluizio Pereira, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, aceitou o primeiro recurso da defesa e acabou adiado o julgamento do domador de cavalos. O julgamento havia sido marcado para o dia 7 de março daquele ano, mas acabou adiado com recursos no Tribunal de Justiça.

Processo

Segundo informações do Tribunal de Justiça, consta no processo número 001.08.027999-7, que no dia 7 de junho de 2008, por volta da 1h, no Lageado, em Campo Grande, Gonçalves estava em uma caminhonete F.4000, ocupada por duas pessoas na cabine e duas na carroceria. Ao tentar sair do local onde estacionou para comprar cervejas, próximo a um rodeio, o ele acelerou o veículo e chamou a atenção de pessoas presentes.

Como não conseguia, deu marcha-a-ré e, em seguida acelerou bruscamente, quando populares observaram que a vítima estava presa debaixo da carroceria e foi arrastada pela via pública. Várias pessoas gritaram e sinalizaram para avisá-lo – uma delas subiu na camionete, batendo no teto da cabine, pedindo para parar -, mas o condutor seguiu adiante.

À polícia e em juízo, o peão confessou que estava dirigindo a caminhonete e alegou que não percebeu que a vítima estava sendo arrastada. A vítima foi arrastada por aproximadamente 15 quilômetros. Após, o réu parou o veículo, retirou o corpo da vítima, deixando-o na rua Basra, Jardim Itamaracá e, fugiu, abandonando o veículo em outro local.

Gonçalves foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por homicídio doloso triplamente qualificado (por motivo torpe, com requintes de crueldade e sem possibilidade de defesa da vítima). A defesa sustentou homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar, contudo, o juiz o pronunciou no art. 121, § 2º, inc. III e IV, do Código Penal, por entender que há indícios de que tinha conhecimento de que estava arrastando o militar, o que caracteriza o dolo.