Presidente regional do PSDB, o deputado estadual Reinaldo Azambuja não se surpreendeu com a atitude do presidente da República Luiz Inácio da Silva da Silva que durante visita a Três Lagoas na semana passada informou que deve tentar conquistar o apoio do governador André Puccinelli (PMDB) à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff a sua sucessão.

“Não nos surpreendeu. É claro que o Lula vai tentar fortalecer a candidata dele”, afirma. “Eu não pretendo especular o que o André vai fazer. Agora eu não sei se ele aceitaria dar palanque à Dilma tendo os petistas como adversário dele ao governo do Estado”, completa o dirigente referindo-se à candidatura de Zeca do PT.

Azambuja diz que o PSDB continua buscando o apoio do PMDB ao presidenciável do partido, o governador de São Paulo José Serra e alega incompatibilidade entre André e os petistas. “Casamento não se faz por interesse. Você tem que casar quando há paixão e amor”, analisa.

O dirigente tucano sempre acreditou que a aliança com André seria refeita no Estado, dada a longa parceria e afinidade entre o governador e a legenda, algo que nunca se teve com relação ao PT. André e Zeca, aliás, são rivais históricos.

Apesar disso, já há vozes do PMDB defendendo o apoio à Dilma. O prefeito da Capital, Nelsinho Trad, está entre os simpatizantes. Ele afirma que não pode dar as costas à ministra, uma vez que o governo do PT tem destinado recursos para obras públicas em Campo Grande.

No evento de Três Lagoas, André chamou Lula de estadista, chorou na presença dele e mencionou, de maneira indireta, ter disposição de ser parceiro dele nas eleições de outubro.

“Não há divergências (…) Tudo será definido na convenção (…) O noivo está de cravo branco na lapela. Tudo depende da próxima convenção”, disse com a voz embargada para chorar ao fim da declaração.

Lula quer o apoio de André à Dilma para ficar distante da campanha de Zeca. Do contrário, pode vir ao Estado pedir votos para o petista.

Sem André, candidatura própria

Azambuja assegura que a atitude de André no evento de Três Lagoas em nada mudou os planos do PSDB de buscar o apoio dele para Serra. Porém, na hipótese da aliança não vingar o PSDB vai às eleições com candidato próprio ao governo do Estado.

A decisão do PSDB será acompanhada pelos demais parceiros do BDR (Bloco Democrático Reformista), DEM e PPS.

O presidente do PSDB reitera ainda que não pretende cobrar decisão de André antes de José Serra se declarar oficialmente candidato à presidência da República, oque deve acontecer no final do março ou início de abril.