Cerca de 120 alunos da Rede Municipal de Ensino (Reme), das escolas Luiz Feitosa Rodrigues e Tilma Fernandes Veiga, assistiram a uma palestra sobre os prejuízos do uso de drogas. A iniciativa da Polícia Federal (PF) de Corumbá integra as ações da Semana Nacional Antidrogas – que ocorre anualmente de 19 a 26 de junho – e neste ano traz o tema “Juventude na Prevenção do Uso de Drogas”.

Realizada no Centro de Convenções Miguel Gomez, no Porto Geral, a palestra abordou prevenção; medidas de enfrentamento ao uso de drogas e suas consequências na sociedade. Representantes do Projeto Habilitar e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) participaram da exposição aos estudantes, na faixa etária de 13 a 15 anos. “O grande objetivo é a prevenção ao uso de drogas”, explicou Andréia Carvalho, agente da Polícia Federal e uma das palestrantes.

A agente esclareceu que embora a atribuição principal da PF seja a repressão aos entorpecentes, a instituição também tem trabalhado a prevenção ao uso de drogas. “A Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) entende que a responsabilidade é compartilhada. A droga é um problema que agrava tanto a sociedade que a prevenção deve ser compartilhada com quem interessar, Secretaria de Educação; de Saúde e Polícia”, disse.

Andréia argumentou que a informação – passada nestas palestras – é uma das melhores formas de manter a juventude afastada desse universo que desagrega o indivíduo; famílias e sociedade. “Trabalhar com crianças e adolescentes é o melhor remédio. A informação, quanto mais cedo chegar, vai ser mais fácil para lembrar, lá na frente, quando tiverem a oferta, e responder com atitude”, comentou.

Na palestra realizada ao longo da tarde, os adolescentes conheceram – através de uma linguagem bastante simples e direta – o trabalho realizado pela PF em todo o Brasil; mundo das drogas; espécies; características; os malefícios da maconha; cocaína; do crack. “Falamos sobre o traficante e mostramos que o único interesse dele é o lucro. O traficante não vê o ser humano ou a pessoa, ele quer o lucro mesmo”, explicou a agente federal lembrando que “quando tem o problema de droga numa família, numa sociedade, todo mundo sofre as consequências”.

Presidente do CMDCA, Luciano Cruz e Souza, disse que a orientação é fundamental quando o assunto é droga. “É o melhor caminho para que a gente consiga fazer com que as crianças e adolescentes nem cheguem perto, não tenham contato nenhum com as substâncias entorpecentes e nem com os criminosos”, disse.

Souza, que também falou aos estudantes, observou que a linguagem simples e direta utilizada para discutir o problema das substâncias psicoativas é proposital. “É para acertar o ponto e fazer com que entendam que a droga traz danos graves”, afirmou o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Habilitar

Recém-implantando pelo Executivo Municipal, o Projeto Habilitar começou o trabalho partindo da base e buscando a prevenção ao uso de drogas. “Dizemos que não gostaríamos de atender ou de fazer o tratamento. Para que não aconteça isso, temos de fazer o trabalho preventivo. Esse é um dos eixos do Habilitar, trabalhar a prevenção. Temos projetos para ir às escolas; bairros e fazer esse serviço de prevenção”, afirmou a coordenadora técnica do programa, Nelma Dib.

O Projeto Habilitar é um centro de atenção integral a crianças e adolescentes com transtornos por uso de substâncias psicoativas, que atua na disponibilização de atendimento médico; psicológico e social especializado; de terapia ocupacional, individual ou em grupo, em sistema ambulatorial.

As ações para a reinserção social e familiar serão trabalhadas por equipes multidisciplinares compostas por: psiquiatra; pediatra/clínico; psicólogo; enfermeiro; pedagogo; técnico de Enfermagem; assistente social; terapeuta familiar; terapeuta ocupacional; arteterapeuta; educador físico; educador social e oficineiros. O Habilitar funciona na rua Delamare, 272.