No município de Paranhos, conflitos entre proprietários de terras e indígenas já trouxe morte e chamou a atenção de entidades internacionais para a questão da demarcação de terras no Estado

Indígenas guarani da aldeia Pirajuí de Paranhos ocuparam hoje terras da Fazenda São Luis. De acordo com o boletim de ocorrência prestado pelo proprietário das terras, Fermino Escobar, cerca de 40 pessoas estão na propriedade com barracas de lonas plásticas. Os indígenas declararam que só saem do local se forem mortos.

Em 2009, a mesma fazenda foi palco de uma tragédia que matou dois professores indígenas. Os guarani Olindo e Jenival foram mortos supostamente por pistolagem após uma ocupação de terras.

Na época, o cacique Irineu Verá acusou que Olindo e Jenival foram mortos por seguranças da fazenda. O caso teve repercussão internacional, a ponto da Anistia Internacional cobrar providências da Assembleia Legislativa sobre a questão indígena no Estado.

Ontem, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu as liminares que impediam a Funai (Fundação Nacional do Índio) de desenvolver o processo de demarcação de terras indígenas no Estado. A medida que tinha sido barrada por meio de recursos movidos no TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região pela Famasul (Federação dos Agricultores de MS), entidade contrária ao estudo. A decisão favorável a Funai foi confirmada pela assessoria de imprensa do MPF (Ministério Público Federal), em Campo Grande.

O levantamento que deve apontar que áreas pertencem aos índios alcança ao menos 26 dos 78 municípios do Estado. Os guarani será um dos povos beneficiados com a demarcação.

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