A pobreza na Argentina atingiu o nível mais alto desde o início da estagnação econômica do país, há quatro anos: 53,8 por cento da população ou 19 milhões de habitantes.

Os números foram apurados por meio de um estudo do Sistema de Informação, Controle e Avaluação de Programas Sociais (Siempro), órgão vinculado à Presidência argentina. O Siempro também constatou que 8,4 milhões de argentinos vivem na indigência, com rendas familiares inferiores aos 300 pesos (84 dólares), enquanto que 8,6 milhões de menores de 18 anos vivem na pobreza.

O índice de pobreza mais impressionante se registra nas províncias do norte do país, com um recorde de 71 por cento em Corrientes, onde foram denunciados casos de crianças que se alimentam com terra. A pobreza na província de Buenos Aires, a maior do país, alcança 50,1 por cento de seus 14 milhões de habitantes, segundo o Siempro.

Desde o início do ano, o governo do presidente Eduardo Duhalde realizou diversas rodadas de conversações com missões do Fundo Monetário Internacional (FMI), na esperança de obter um empréstimo capaz de amenizar a crise extrema. Até o momento, as tentativas foram em vão.