O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Horst Köehler, confirmou na noite desta terça-feira que a direção do organismo acatou proposta apresentada de adiar o pagamento de US$ 136 milhões da dívida argentina por um ano, conforme informara uma fonte do organismo. O ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, por sua vez, se reuniiu nesta terça-feira à noite com Köehler, e sua vice, Anne Krueger, e permanecerá até quinta-feira na capital americana para se reunir com representantes de outros organismos internacionais.

– O FMI continua disposto a fazer tudo que puder para garantir a estabilidade na Argentina – disse o diretor-gerente do Fundo.

A Argentina declarou moratória da dívida externa de US$ 141 bilhões em dezembro de 2001, mas tentou não fazer o mesmo com a dívida contraída com os organismos internacionais de crédito. Para poder cumprir com os sucessivos vencimentos dos pagamentos, o governo foi obrigado a retirar dinheiro das reservas. O país deve US$ 5 bilhões ao FMI só neste ano, de um total de US$ 15 bilhões.

O governo do presidente Duhalde não perde a esperança de que o FMI conceda uma nova ajuda financeira justamente para que possa cumprir com os vencimentos e ter uma base sobre a qual começará a resgatar a situação econômica. Um acordo com o Fundo desbloquearia fundos cruciais já acertados com o Banco Mundial o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Semana passada, a Argentina pagou US$ 680 milhões devidos ao Banco Mundial com atraso de um mês, o que aumentou o temor de que o país não poderá cumprir seu calendário de vencimentos.