A Rede Bandeirantes realizou, na noite de ontem, o primeiro debate entre candidatos ao governo de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Veja abaixo os melhores momentos de cada debate

SÃO PAULO
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi o mais atacado. O governador chegou a discutir no ar com Fernando Morais, do PMDB, ao falar sobre a construção do Rodoanel, um complexo de estradas ao redor da Região Metropolitana de São Paulo. Depois de reclamar do aumento de postos de pedágio, Morais disse que havia indícios de irregularidade no Rodoanel. Irritado, Alckmin retrucou: “É a obra mais barata do Brasil”.

Alckmin também discutiu com Antonio Cabrera (PTB). Ao responder a pergunta que relacionava o aumento da violência com problemas no setor da educação, Alckmin disse que Cabrera estava desinformado: “Os professores receberam os maiores reajustes de todo o funcionalismo estadual”, disse.

José Genoíno (PT) também atacou Alckmin. Ele teve que se defender das acusações do petista de que o governo investiu mal os recursos na área da segurança. O governador afirmou que nenhum outro governo investiu tanto quanto o atual e ressaltou que o problema da segurança não é exclusivo de São Paulo.

Nove dos 15 candidatos ao governo de São Paulo participaram do debate. Além de Alckmin, Genoino, Cabrera e Morais, estiverem presentes Carlos Pittoli (PSB), Ciro Moura (PTC), Carlos Apolinário (PGT), Robson Malek (Prona) e Antônio Pinheiro (PV).

Maluf – O ex-governador Paulo Maluf, do PPB, foi o grande ausente. Depois de aceitar as regras fixadas pela emissora, ele voltou atrás e na sexta-feira comunicou sua desistência. Alckmin, Genoino e Morais, que haviam criticado o adversário antes do início do debate, voltaram ao ataque no primeiro bloco do programa. Genoino disse que a ausência de Maluf era um desrespeito à democracia e ao povo de São Paulo.

RIO DE JANEIRO
A segurança pública e o endividamento do Estado dominaram o primeiro debate entre os candidatos ao governo. Nas duas horas e meia do programa, Rosinha Matheus (PSB) e a governadora Benedita da Silva (PT) foram cobradas sobre a violência e o rombo nas contas públicas nas gestões do ex-governador Anthony Garotinho (marido da candidata do PSB) e da petista, que assumiu o cargo em abril. Quarta colocada nas pesquisas, Solange Amaral (PFL) atuou como franco-atiradora, repetindo sempre que Rosinha, Benedita e Jorge Roberto Silveira (PDT) estavam juntos no início do governo Garotinho.

Rosinha passou o debate defendendo o governo Garotinho, Benedita culpando a administração anterior, Jorge Roberto exaltando suas gestões na prefeitura de Niterói, e Solange com elogios ao prefeito Cesar Maia.

Perguntada sobre como resolveria o problema da violência a curto prazo, diante de um Estado financeiramente falido, Benedita disse que está destinando todos os recursos para a área e que já fez acordos de cooperação com prefeituras.

Solange cobrou de Rosinha o fato de Garotinho ter manipulado índices de educação e de violência durante seu governo. A candidata do PSB usou a tática de responsabilizar Benedita. A governadora quis saber de Solange como ela pretende dobrar o efetivo de policiais nas ruas, como vem prometendo. A candidata do PFL disse que o dinheiro virá da cobrança direta de dívidas e da municipalização de hospitais.

MINAS GERAIS
Os candidatos ao governo de Minas passaram boa parte do debate de ontem criticando a ausência do tucano Aécio Neves. O vice-governador Newton Cardoso (PMDB) disse que mostrará em seus programas eleitorais que o candidato do PSDB é um “lobo vestido em pele de cordeiro”.

Em um ato falho, Newton Cardoso chegou a dizer que nunca ganhou eleição, depois corrigiu, dizendo que nunca ganhou uma pesquisa, mas sempre venceu as eleições, e afirmou que derrotará o presidente da Câmara dos Deputados. Ele chamou Aécio de “fujão” por não ter participado do debate.

O candidato do PT, Nilmário Miranda, também adotou o tom crítico com relação à ausência de Aécio, que, segundo ele, não teve um comportamento democrático como o de Geraldo Alkmim (PSDB), que disputa a reeleição em São Paulo e participou do debate em seu estado.

Os candidatos dos partidos pequenos reclamaram da falta de espaço no debate. Segundo o candidato do Partido da Causa Operária, José Eustáquio, o Taquinho Carteiro, o debate ficou restrito a três candidatos: Newton Cardoso, Nilmário Miranda e Margarida Vieira.

RIO GRANDE DO SUL
No Rio Grande do Sul, as discussões mais contundentes ocorreram entre Antônio Britto (PPS) e Tarso Genro (PT), que estão, respectivamente, em primeiro e segundo lugar nas pesquisas de opinião.

O debate começou com perguntas sobre agricultura. Britto aproveitou para dar a primeira estocada no governo Olívio Dutra e no PT, citando as invasões e dizendo que o prioritário era devolver a paz ao campo: “Hoje em dia o produtor passa mais tempo temendo invasões do que trabalhando”.

Em seguida, Bernardi perguntou a Tarso se ele considerava que o eleitor ia acreditar em suas promessas eleitorais, já que ele renunciara à prefeitura de Porto Alegre, depois de prometer que ia cumprir seu mandato de quatro anos: “Eu saí de uma função pública para outra função pública pela porta da frente. Não saí pela porta dos fundos que nem o ex-governador Britto, que deixou o governo e foi trabalhar numa empresa, o banco Oportunitty, que participou da privatização da CRT”, respondei Tarso.

Considerando-se ofendido, Britto respondeu: “Eu trabalho numa empresa que perdeu a concorrência, então esse tipo de insinuação não vale, porque quem me caluniou acabou condenado pela justiça e foi gente do PT”.

PARANÁ
As principais provocações partiram do candidato petista Padre Roque Zimmermann. O deputado pediu explicações ao tucano Beto Richa sobre ações do governo Jaime Lerner (PFL), de quem tem o apoio.

Padre Roque citou irregularidades do Banestado Leasing, a tentativa mal sucedida de privatização da Copel (Companhia Paranaense de Energia) e o fato de o funcionalismo não ter aumento há sete anos.
Richa disse que não é candidato do governo, apenas tem o apoio dele. Depois, devolveu a provocação: “Eu não quero associar o senhor ao governador Olívio Dutra, que está sendo denunciado por ter ligações com bicheiros”.

Depois, o petista atacou o senador Roberto Requião (PMDB). Padre Roque quis saber qual candidato à Presidência o senador apóia: “Padre Roque, em primeiro lugar a sua bênção. Obedeço primeiramente a minha consciência. Em segundo lugar aos interesses do meu país. O partido vem em terceiro lugar”, disse o senador.

Álvaro Dias (PDT), Giovani Gionédis (PSC), Severino Araújo (PSB) e Rubens Bueno (PPS) também participaram do debate.