O candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes (PPS), dará um “freio de arrumação”, nas palavras de seus assessores, na campanha eleitoral. De olho no segundo turno das eleições, Ciro foi aconselhado a parar de brigar com José Serra, do PSDB, e começar a buscar apoio entre os tucanos para a batalha final com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

Amanhã, o comando da Frente Trabalhista discutirá uma trégua com o PSDB. Superar o acirramento da disputa entre Ciro e Serra será a principal missão do ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati, para evitar o aprofundamento da crise.

Tasso não se conforma com a possibilidade de apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, num eventual segundo turno. Desde a semana passada o tucano, recém desembarcado da campanha de Serra, está na briga para atrair velhas raposas.

Uma delas é o ex-presidente José Sarney, senador do PMDB do Amapá. Ao mesmo tempo, o ex-governador Leonel Brizola, do PDT, tentará abrandar as críticas de Jackson Lago, candidato da Frente Trabalhista ao governo do Maranhão, verdadeira base eleitoral do clã dos Sarney. A trégua com Ciro está sendo discutida no comitê de campanha de Serra em Brasília.

As pesquisas do PSDB mostram que os ataques a Ciro Gomes resultaram no crescimento de Lula, do PT. Mas o tom da campanha já começou a mudar. Advertido por Ciro, Paulinho Pereira da Silva, candidato a vice, baixou o tom dos ataques a Serra.

Os contatos pró-Ciro feitos por Tasso já resultaram em ampliação dos apoios. Empresários, políticos e amigos de Tasso confirmaram novos apoios. Entre eles, o ex-deputado Flávio Rocha (PL-RN), dono das Lojas Riachuelo. E Carlos Jereissati, um dos sócios da Telemar e irmão de Tasso, está articulando o apoio de um grupo de 30 empresários ao candidato da Frente Trabalhista.