O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, apresentou hoje o plano econômico que irá flexibilizar o “corralito”, o congelamento dos depósitos bancários. A medida foi assinada ontem à noite pelo presidente Eduardo Duhalde.

Com o decreto, será realizada a troca dos depósitos por bônus e certificados de recebimento emitidos pelo governo. Lavagna afirmou que os bônus poderão ser utilizados para o pagamento de impostos e na compra de automóveis e casas próprias.

Os correntistas, segundo o ministro, poderão trocar os depósitos que tinham em poupança pelos títulos públicos. Segundo ele, a renumeração desses papéis será atraente. Além disso, os bônus podem ser negociados em Bolsa com absoluta transparência em seu valor.

Lavagna informou ainda que haverá benefício especial, nos títulos de curto prazo, para os detentores de depósitos de menos de 10 mil pesos, para casos especiais em que há risco de saúde, ou ainda depósitos que foram resultado de indenizações.

Durante entrevista coletiva, Roberto Lavagna defendeu que o plano é “voluntário, com opções e normas para recriar um novo sistema financeiro e que possibilitem a redução do impacto da crise enfrentada pelo país”.

O ministro disse que com os bônus oferecidos em troca dos depósitos reprogramados, os correntistas poderão realizar “compra de automóveis, aplicações em imóveis, fundos de investimentos para novos projetos produtivos, pré-financiamento de exportações e pagamentos de impostos atrasados até junho de 2001”. Também poderão realizar “novas emissões de ações e dívidas negociáveis”.

O decreto deve ser promulgado na próxima segunda-feira no Diário Oficial, e a partir deste momento, os correntistas terão até 30 dias úteis para resolver o que fazer com os depósitos. Segundo o ministro, os argentinos poderão optar por manter os depósitos ou por algum dos três bônus propostos pelo governo.

No caso dos depósitos a prazo fixo em dólares, o correntista poderá optar por um papel de dez anos, na mesma moeda de origem. Para as contas correntes e poupanças, o governo oferecerá um título de três anos, em pesos. Os correntistas poderão, também, cancelar dívidas bancárias e comprar ações e imóveis.

O plano também inclui, segundo o “Clarin”, o lançamento do que poderia ser denominado “andador”, novo sistema de caixas de poupança, contas correntes e prazos fixos indexados, concebido para recriar a confiança da população nos bancos depois do corralito. As informações são do site da UOL.