O segundo debate entre candidatos ao governo do Rio, ontem, na Rede Record, foi tenso e marcado por acusações. A primeira fonte de discórdia girou em torno da participação dos postulantes em governos anteriores, mas repetiram-se também as trocas de farpas entre Rosinha Garotinho (PSB) e Benedita da Silva (PT), a respeito das contas herdadas pela administração petista. E ataques quanto à atuação no combate à criminalidade e à violência.

Os candidatos estavam nervosos. Jorge Roberto Silveira (PDT), por exemplo, mascava chicletes sem parar. Rosinha Garotinho (PSB) e Benedita da Silva (PT) não se falaram, embora estivessem lado a lado. Solange Amaral (PSDB) tinha o maior número assessores à sua volta: seis.

No final do primeiro bloco, Solange Amaral foi lembrada, de forma ríspida, por Jorge Roberto, de que também tinha sido parte de um governo, especificamente em uma secretaria da administração de Moreira Franco. O candidato criticava a oponente por seguidamente associar seu nome ao do ex-governador Leonel Brizola. Solange também ouviu de Rosinha que “não gostava de pobres”.

No início da segunda fase, os candidatos responderam a perguntas de jornalistas. Questionada sobre as dificuldades da estratégia adotada no Rio, Benedita tergiversou. Não quis responder se o fato de evitar ataques diretos a Garotinho faz parte de uma aliança para um apoio, em nível nacional, a Luiz Inácio Lula da Silva. Cobrada também por Rosinha, Benedita citou uma parábola bíblica para lembrar que as contas de seu governo estavam abertas.

A questão da segurança foi abordada em seguida como uma cobrança a todos os candidatos, mas dirigida a Jorge Roberto. “Por que todos os candidatos que sempre prometeram mudar o quadro de violência fracassaram? Por que seria diferente agora?”, questionou o repórter Israel Tabak, do Jornal do Brasil. As respostas não foram diretas. Jorge Roberto afirmou ser fundamental que se estabeleça uma política nacional de segurança. Benedita disse ter prendido quase 1.600 pessoas em quatro meses.