Mesmo com decisão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) que nomeou Estevão Petrallás como interventor da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), dirigentes de clubes convocaram assembleia extraordinária para decidir nesta sexta-feira (7) como ficará a composição da direção da entidade.

Pelo estatuto da federação – mergulhada em escândalos desde a deflagração da Operação Cartão Vermelho que em 21 de maio prendeu o mandatário Francisco Cezário e outras seis pessoas – os clubes têm o poder de convocar assembleia extraordinária para votar uma nova direção para comandar a entidade.

Resta saber se a decisão tomada na tarde desta sexta-feira (7) precisará passar por aval da CBF ou se será sobreposta à decisão da maior entidade do futebol nacional que nomeou, em 27 de maio, interventor durante a crise enfrentada pela federação.

Uma prévia do que será discutido na assembleia acontece em audiência pública promovida na manhã desta sexta-feira (7), na Câmara Municipal de Campo Grande.

Os dirigentes dos clubes se dividem quanto à permanência de Petrallás, ex-presidente do Operário, à frente da FFMS. A expectativa é que os cartolas escolham um novo nome para presidir a entidade.

Os clubes também podem banir Francisco Cezário da entidade, isso quase que impossibilitaria um retorno do mandatário que se elegeu pela primeira vez em 1998 e de lá para cá promoveu mudanças no estatuto da federação para liberar reeleições ‘infinitas’.

Cezário ficou preso desde o dia 21 de maio até o dia 5 de junho, quando foi encaminhado para hospital com princípio de infarto. O mandatário teve decisão favorável da Justiça para soltura mediante colocação de tornozeleira.

Vice-presidente critica interventor

Um dos vice-presidentes da FFMS, Alfredo Zamlutti Júnior, disse durante audiência pública na manhã desta sexta que é contra a nomeação de Petrallás.

Segundo Zamlutti, a decisão da CBF foi contra o que rege o estatuto da entidade, ele classifica a decisão da confederação como “um golpe”. O vice-presidente espera que os clubes derrubem a decisão da CBF durante a assembleia de hoje.

“Eles [clubes] é que podem decidir se eu continuo, se eu saio, se vai ser nomeado outro presidente. São os clubes, não é o Tribunal de Justiça Esportiva, que se arvorou em juízo. Se for seguir o estatuto sou eu (o novo presidente). É o que os clubes vão decidir, se vai fazer uma eleição, se eu assumo, termino o mandato, enfim, é eles que decidem”, disse Zamlutti.