A boxeadora brasileira Bia Ferreira estreou com vitória nas Olimpíadas de Paris 2024. Ela venceu a americana Jajaira Gonzalez por decisão unânime pela categoria -60kg, ou seja, abaixo dos 60kg nesta segunda-feira (29).

No currículo ela tem o título de campeã mundial e medalhista de prata em Tóquio 2020. Agora, ela está perto de garantir a vaga na semifinal em Paris, bastando vencer apenas mais uma vez para estar na semifinal e, consequentemente, conquistar mais uma medalha olímpica.

A atleta não teve muita dificuldade para vencer a medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos Santiago, no ano passado. “Foi uma boa estreia. A gente lutou há pouco tempo, no Pan, e eu sabia que eu tentaria uma estratégia diferente. Dessa vez ela tentou vir pra cima de mim, mas não teve sucesso. Foi do jeito que a gente planejou, não tive muitas surpresas. Estou no jogo. Quero muito mais uma medalha olímpica, mas é uma luta de cada vez”, afirmou Bia.

Aos 31 anos, ela assumiu o nervosismo antes de entrar no ringue. “Eu fiquei mais ansiosa antes de chegar aqui, bateu um pouco de adrenalina. Mas eu sou a que mais quero ser campeã olímpica. Então eu não podia deixar isso me atrapalhar. Vim pra mostrar o que venho fazendo nesses três anos”, disse a campeã mundial.

Para o treinador principal da equipe brasileira, Mateus Alves, o primeiro round de Bia foi mais amarrado por conta da estreia. 

“Por mais experiente que a Bia seja, a estreia traz uma tensão. Mas ela foi muito inteligente, deixou a americana vir. No segundo round ela já estava mais solta e no terceiro aproveitamos pra movimentar, jogando com o resultado. Todos verão a Bia muito mais à vontade na próxima luta”, detalhou Mateus.

Derrota brasileira

Abner Teixeira (Foto: Alexandre Loureiro/COB).

Já Abner Teixeira, da categoria dos superpesados (+92kg) e bronze em Tóquio, foi surpreendido pelo equatoriano Gerlon Chala e foi eliminado do torneio de Paris nesta segunda.

Ele não teve um ciclo olímpico tranquilo depois da prata em Tóquio. Mesmo assim conseguiu a prata no Pan-Americano após passar por um período afastado do esporte em função de uma ruptura do ligamento cruzado anterior no joelho direito. 

Na derrota para o equatoriano Chala, a pontuação adversa no primeiro round fez a diferença. Abner se recuperou nos dois rounds seguintes, mas não foi suficiente.

“Quero assistir a luta para ver onde eu errei. Mudei a estratégia no meio do combate, achei que tivesse feito o bastante, mas não foi o necessário. Eu sou muito competitivo e queria fazer história aqui novamente. Agora é voltar pra casa e pensar nos próximos passos”, afirmou o superpesado.

Boxe brasileiro

Os Jogos Olímpicos de Tóquio foram melhores para o boxe brasileiro. A disputa resultou em uma medalha de ouro, uma prata e uma bronze. O ótimo ciclo olímpico desde então fez com que o Brasil se classificasse em 10 categorias para Paris 2024, sendo o país com mais atletas no torneio de boxe nessas Olimpíadas.

Medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, Keno Marley estreou neste domingo (28) com vitória e classificação para as quartas de final da competição. O brasileiro retorna ao ringue na quinta-feira (1°), para encarar o uzbeque Lazizbek Mullojonov.

Antes disso, nesta terça (30), Michael Trindade enfrenta o cubano Alejandro Claro (-51kg); Wanderley Pereira pega o haitiano Cedrik Belony-Duliepre (-80kg); e Tatiana Chagas encara a coreana Aeji Im (-54kg).

A equipe ainda conta com: Caroline Almeida, Jucielen Romeu, Barbara Santos, Luiz Oliveira, o Bolinha, neto do lendário medalhista olímpico Servílio de Oliveira, que estrearão nos próximos dias.

*Com informações do COB