Sem incentivo e com pistas danificadas, skatistas de MS destacam esforço próprio nas conquistas
Apesar de ser esporte olímpico, atletas de MS da categoria sentem falta de impulso em políticas públicas
Karina Campos –
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Praticar skate atravessa a linha tênue do mero hobby, já que é um esporte olímpico. Mas o pouco incentivo e falta de manutenção das pistas de treino desafia os atletas de Mato Grosso do Sul, estado com medalhistas de campeonatos da categoria e cujas vitórias são decorrentes de esforço próprio.
De fato, a opinião dos atletas confirma a insuficiência no amparo. Edduarda Grego pratica a modalidade há 10 anos e também é professora de skate. Para ela, o Estado tem atletas com potencial ao pódio de competições nacionais. Contudo, o cenário das pistas públicas, falta de competições homologadas pela confederação e carência de patrocínios desanimam.
“Apesar de termos locais públicos para prática, a falta de manutenção nos traz um retrocesso tanto para a formação de atletas e até mesmo para prática de lazer. Se o skate é conhecido como um esporte de risco, isso se ressalta quando não existe um local adequado para prática”, detalha.
Ela se refere a buracos no chão, sujeira na pista, obstáculos quebrados – que aumentam muito a chance de lesões e acidentes. “Esses fatores de degradação são naturais do uso do espaço público que, com o tempo, necessitam de uma reforma e manutenção”, acrescenta.
Contudo, a atleta considera que houve avanços, principalmente em Campo Grande, afinal houve ampliação nos locais de treino, como no Horto Florestal, Parque do Sóter, Parque das Nações Indígenas, e em bairros como no Noroeste e Buriti. A esperada pista das Moreninhas está em construção.
“O fato ruim é que muitas dessas pistas estão com condições tão precárias que não é possível praticar nelas. Assim como qualquer outro esporte, nós queremos que o skate seja atendido por meio de políticas públicas em todos seus âmbitos, esporte de alto rendimento, lazer e educacional”, diz.
Para ela, um local com boas condições e com manutenção em dia é o ponto de partida para ações como: auxílio financeiro para os atletas, apoio para viagens e competições no interior e fora do estado, criação de projetos de skate para a população com equipamentos de proteção, uniformes, skates, professores capacitados para o skate ser usado como ferramenta de educação social.
Reconhecimento para o Brasileirão
Recentemente, André Souza Lima Bernardino Leite se classificou na categoria de iniciante na seletiva para o Campeonato Brasileiro Skate Street. Ao todo, três skatistas sul-mato-grossenses foram destaque no Campeonato MTSkate, em Cuiabá. A conquista é meritocracia do grupo que insiste em fazer do esporte reconhecido.
“Condições de treino e infraestrutura das pistas são muito ruins aqui na Capital. As pistas não possuem bebedouros e nem banheiros, muito menos segurança. Sem contar os defeitos que pioram ano após ano, devido à falta de reforma. Sempre tentando andar nas pistas que oferecem mais obstáculos e que têm mais variações dos mesmo. Mesmo assim, com a falta de reforma e de cuidados, fica difícil atingir o meu potencial máximo nas pistas da cidade”, disse.
Licitação para reforma
Ao Jornal Midiamax, a Funesp (Fundação Municipal de Esportes) afirmou que há três pistas de skate em Campo Grande. A pasta também detalhou que a Sisep (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e Infraestrutura) está com andamento de processo licitatório para reforma da pista de skate do Parque do Sóter.
Já a pista de skate da praça do bairro Jockei Clube está em utilização, pois foi realizada manutenção recente e da Orla, região do bairro Amambaí, que está na programação de manutenção e pequenos reparos pela própria Fundação. A pista de skate do Horto Florestal não está em reforma e está aberta para uso.
“Vale ressaltar que o acesso ao local está sendo feito pela entrada do Horto Florestal e não pelo Teatro de Arena. Ademais, representantes da Associação de Skate de Mato Grosso do Sul entraram em contato com a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), a fim de implantar aulas gratuitas de skate para a comunidade e aguardam voluntários para a realização do projeto”.
A reportagem entrou em contato com a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) para verificar o avanço sobre o pista das Moreninhas e manutenção da unidade no Parque das Nações, além de políticas voltadas à modalidade, mas não obteve retorno até a publicação deste material. O espaço segue aberto para um posicionamento.
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