A atleta sul-mato-grossense Emily Bonfim, de 13 anos, está se destacando entre os 66 competidores da bocha na fase regional São Paulo das Paralimpíadas Escolares, que acontece no Centro de Treinamento Paralímpico, na capital paulista.
A jovem chamou atenção nas canchas ao arremessar as bolas com os pés com extrema habilidade. Ao todo, participam desta regional 597 atletas, de sete estados, em três modalidades: atletismo, bocha e natação.
Emily participa pela segunda vez das Paralimpíadas Escolares e na estreia, na tarde de quarta-feira (7), venceu a sua companheira de delegação Emanuelle Pereira por 11 a 1.
“Vencer é bom, mas o mais importante é aproveitar cada momento, intensamente. Eu amo as Paralimpíadas Escolares, fiquei muito feliz em poder voltar e quero vir de novo”, comentou a jovem que compete na classe BC1 (para atletas que podem ter auxílio de ajudantes).
Vida da atleta
Emily nasceu prematura e devido à falta de oxigenação teve paralisia cerebral, que afetou os quatro membros da jogadora. Ela começou a praticar a bocha somente em 2021, faltando aproximadamente um mês para a seletiva de MS para as Paralimpíadas Escolares.
“Disseram que ela tinha perfil para jogar bocha e com os pés. Eu não conhecia e fiquei com medo, não sabia como funcionaria. Quando me falaram que ela vinha para São Paulo competir, eu percebi que não era brincadeira”, contou Roseli Bonfim, 30, mãe de Emily.
“A Emily é muito exigente consigo mesma e leva muito a sério os treinos, é bem analítica, e ganhou muito mais autonomia, autoestima após ingressar na bocha”, descreveu Roseli. A delegação sul-mato-grossense conta com cerca de 100 pessoas, entre atletas, staff, treinadores e acompanhantes.
Regional
Esta é a maior etapa regional da competição. Os estados participantes são Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. As disputas começaram na quarta-feira e seguem até esta sexta-feira (9).
Para as regionais, foram selecionadas as modalidades que possuem um grande número de inscritos na fase nacional. O intuito da diretoria de Desenvolvimento Esportivo do CPB, responsável pela organização do evento, é ter os melhores atletas de cada região do país nas disputas em novembro.
Com este novo formato, que conta com três regionais e uma nacional, a modalidade teve até agora 131 atletas (30 na regional Brasília, 35 em Natal e 66 em São Paulo). A estimativa é que a competição tenha, ao todo, 3 mil crianças com deficiência envolvidas nas provas das fases regionais e da nacional.
Na bocha, os dois primeiros colocados por gênero e classe conquistam uma vaga para a fase nacional, que acontecerá em novembro, também no CT Paralímpico. Já no atletismo e na natação, os três primeiros colocados nas regionais vão se classificar automaticamente.
