Tentando fincar bandeira no Rio de Janeiro, JEBS chegam ao fim
Jovens estudantes/atletas com idades entre 12 e 14 anos
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Nesta sexta-feira (5), o Rio de Janeiro se despede dos Jogos Escolares Brasileiros de 2021 e de seus protagonistas, os jovens estudantes/atletas com idades entre 12 e 14 anos. Ao mesmo tempo em que eles retornam para casa, a Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), responsável pela organização do evento, já pensa em como garantir mais edições do JEBS. E tem uma preferência: manter a realização dos Jogos no Rio de Janeiro.
“Nosso interesse é fixar os Jogos aqui. E por que o Rio de Janeiro? Porque todas as crianças querem conhecer a Cidade Maravilhosa. Além disso, o Brasil precisa dar utilidade a essas instalações do legado olímpico”, diz o presidente da CBDE, Antônio Hora Filho.
Segundo o dirigente, o orçamento para a realização da edição 2021 (a primeira desde 2004) foi dividido entre patrocinadores, emendas parlamentares e recursos do Governo Federal. As duas primeiras partes já teriam demonstrado interesse em manter o apoio para que o evento volte a acontecer anualmente, se possível no Rio. O plano perfeito é usar a edição de 2022 como evento-teste para a Gymnasíade sub-15 (que são os Jogos Escolares Mundiais para jovens com menos de 15 anos) de 2023, que já está confirmada para a cidade.
Sistema de disputa democrático
Um dos destaques nas modalidades coletivas (como handebol, futsal e vôlei) foi um sistema que garantiu que, em cada um desses esportes, 12 estados, ou seja, quase a metade dos 27 representados no evento, saísse com uma medalha. As equipes foram inicialmente divididas em grupos. Os primeiros colocados dos grupos migravam para a Série Ouro. Os segundos, para a Prata. Os terceiros, para a Bronze. E os quartos para a Cobre. Cada série contou com o próprio pódio destacado. Com isso, ao invés de apenas três equipes conquistarem medalhas, foram 12.
“Acompanhando as premiações, vimos meninos e meninas felizes, por exemplo, com a prata na Série Bronze. No formato anterior, essas crianças teriam terminado em 19º, 20º, e não voltariam com medalha”, declara Hora Filho.
Um caso de equipe beneficiada por esse sistema foi o time feminino de futsal de Tocantins. As representantes do estado eram alunas da Escola Estadual Indígena Mãtyn, de Tocantinópolis. Além do contato com uma cultura completamente diferente, elas conseguiram o bronze na Série Prata.
“Muitas vezes, para as crianças, ganhar é fundamental. Essa mudança deu a chance de várias outras escolas ganharem também. Isso ensina uma cultura pedagógica diferente de outros eventos. Quando ela chega em casa com uma medalha, incentiva os irmãos, os primos, a se esforçarem no esporte e também na escola”, opina Ataide de Jesus, técnico da equipe.
Contato com ídolos do esporte
Durante os Jogos, os jovens puderam ter contato com alguns ícones do esporte brasileiro, que atuaram como embaixadores dos JEBS. No último dia de disputas do vôlei, por exemplo, Fofão e Serginho, ambos campões olímpicos pelo Brasil, estiveram presentes para acompanharem as finais. A ex-levantadora, inclusive, dedicou muito tempo a fotos e autógrafos com fãs que possivelmente nunca a viram atuar, já que se aposentou em 2015, quando os jovens da atual edição tinham entre 6 e 8 anos de idade.
“Muitas vezes, nem todos vão sair daqui para se tornarem grandes atletas. Mas essa experiência vivida, esse momento de conviver com outras pessoas de outros estados, isso pode ser motivo para sonhar com algo melhor para a vida deles”, diz a ex-atleta.
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