Polícia investiga se Bianchi já estava jurado de morte na última reunião do Mancha

Testemunhas do assassinato de Moacir Bianchi, um dos fundadores da torcida organizada , começam a ser ouvidas nesta segunda-feira (6). Parentes da vítimas e outros integrantes da torcida, entre eles o atual presidente Anderson Nigro, devem ser ouvidos.

Bianchi participou de um reunião na sede na Mancha, antes de ser morto na noite de quinta-feira (2). Segundo áudios de participantes divulgados na internet, o clima foi tenso. A polícia investiga se ali ele já estava jurado de morte, e até a próxima semana, deverão ouvir as pessoas presentes na reunião.

Uma das gravações descreve um clima tenso entre Bianchi e Nigro, conhecido como Nando. A suspeita da polícia é a de que uma facção criminosa estivesse tentando controlar a atual diretoria e Bianchi, um dos fundadores, era contra.

“O Nando tava completamente alterado, meu, chamando o Moacir de bêbado, de drogado. Nessa, esse irmão, ele tá falando que ele se apresentou não sei o quê, já tava todo arrogante, mano, falando: ‘que aqui é o comando', que não sei o quê, certo? ‘quem você acha que é você pra tomar a torcida?' aí o Moacir falou: ‘ninguém quer tomar a torcida não, sou fundador'. Ele virou pro Moacir e falou assim: ‘ó, se até o fundador do Comando já morreu, você acha que você não vai morrer?'”, diz um dos áudios.

Outra gravação constata que houve uma discussão. “Falaram que não tinha que resolver p… nenhuma, que agora a Mancha era do crime, não tinha mais nada de torcida lá”. Em uma terceira gravação, outro suposto participante diz que haverá vingança. “Toda essa bandidagem…os “cara” vão ser tombados. Não é promessa. É juramento.”

A polícia também investiga outros possíveis motivos para o crime. Moacir Bianchi era dono de uma casa noturna e de um comércio em Guarujá, no litoral.

Durante a semana, a Mancha Alviverde chegou a anunciar o encerramento das atividades por tempo indeterminado.

Moacir Bianchi, um dos fundadores da Mancha, morreu na madrugada da última quinta-feira, vítima de execução na Zona Sul de São Paulo. A Polícia Civil encontrou 22 ferimentos e 16 balas no local do crime.