Comrades Marathon, na África do Sul, tem percurso de 89 km

Sendo a primeira atleta sul-mato-grossense a participar da Comrades Marathon, na África do Sul – e a primeira mulher sul-americana a terminá-la por 10 anos seguidos – Ana Márcia Borges Gomes, de 47 anos, se prepara para sua 11ª participação na ultramaratona. Este ano, a prova terá início às 5h30 do domingo (29), no horário da África do Sul, e às 23h30 de sábado (28), no horário de Mato Grosso do Sul.

Com um percurso de 89 km ligando as cidades de Pieteremaritzburg a Durban, a prova atrai olhares de corredores do mundo todo que desejam correr longas distâncias nos incríveis cenários do país africano, mas nem todos conseguem finalizar devido as grandes dificuldades da prova. “Não só pela longa distância, mas a corrida conta com muitas subidas íngremes”, explica Ana Márcia.

De acordo com Ana Márcia, os que conseguem terminar a prova 10 vezes, como ela conseguiu, são considerados ‘heróis’ e são condecorados com o Green Numbero que os dá o direito de correr em um pelotão especialEste ano é a primeira vez dela neste pelotão, correndo com os melhores atletas , o que é motivo de muito orgulho para ela e sua família.

De uma família de 8 filhos, os irmãos fazem o máximo para acompanhá-la e apoiá-la em todas as suas viagens. “Ela é um orgulho para gente. Porque ela faz o que gosta e tudo que faz, faz bem”, resume o irmão Aluizio Borges, de 54 anos.

Trajetória

Estados Unidos, Austrália, Chile: a atleta já conheceu 54 países ao redor do mundo e correu em vários. No currículo, Primeira de MS a participar de ultramaratona na África, atleta vai para sua 11ª competiçãomais de 90 medalhas em provas de longa distância, ou seja, corridas acima de 42 km. Ela conta que a ideia de começar a correr surgiu de repente, após insistência de seu professor de academia em se inscrever em uma maratona. “Conquistei o segundo lugar da minha categoria aquele ano. Me apaixonei e hoje corro há 16 anos”, diz.

A prova na África do Sul também foi convite de um amigo, o atleta brasiliense Wilson Bonfim, em 2005. “Ele me convidou na véspera da corrida de São Silvestre para irmos correr na Comrades Marathon, considerada a rainha das provas. Como gosto de superar desafios, aceitei o convite e esta foi a prova que mais me marcou positivamente. Por isso estou aqui pela 11a vez na Africa do Sul”, diz.

Dificuldades

Lamentando a falta de patrocínio aos atletas brasileiros, Ana Márcia precisa conciliar os treinos e competições com seu trabalho como Oficial de Justiça Federal, para conseguir pagar as viagens. Ela diz que utilizas suas férias para participar das maratonas ao redor do mundo e, quando precisa, faz plantões nos finais de semana para conseguir folgas.

Mesmo com todas as dificuldades, a atleta conta que o esforço vale a pena, principalmente pelas novas experiências adquiridas em cada viagem. “Viajando pelo mundo eu conheci novas culturas, pessoas diferentes e aprendi a cada dia que a humildade é a razão do sucesso e da vitória”, completa.