O argentino saiu livre na intermediária e tinha somente Daniel Alves pelo caminho

Jogo grande e vitória magra do Barcelona neste sábado no Camp Nou. Com dois pontos de vantagem sobre o Real Madrid na liderança, o time recebeu o quarto colocado, o forte Valencia. Logo aos 54 segundos Suárez abriu o placar num rápido contra-ataque. Parecia que ia ser tranquilo, mas nada. Os visitantes não sentiram o gol e mantiveram o plano de jogo criando muito perigo.

Só não empataram aos 9 minutos porque o goleiro Bravo do Barça encaixou um pênalti bastante polêmico. O Valencia também acertou a trave e criou muito mais chances na etapa inicial. Os treinadores fizeram substituições na volta dos vestiários e o Barcelona ficou um pouco mais com a bola nos pés, mas sofreu até o apito final que garantiu a vitória por 2 a 0.

No gol que definiu o placar Messi alcançou mais uma marca na carreira – 400 gols pelo Barcelona. O argentino saiu livre na intermediária e tinha somente Daniel Alves pelo caminho. Ele tentou a cavadinha e o goleiro conseguiu evitar no primeiro momento, mas bola se ofereceu ao atacante no rebote e caixa.

Fases do jogo: O Valencia mostrou como ia jogar logo na primeira posse de bola, quando se lançou ao ataque. Foi punido no contra-ataque. Busquets achou Messi em passe longo e o argentino partiu para cima da defesa com a bola dominada. Costurou e deixou Luis Suárez na frente do goleiro – 1 a 0. A desvantagem não abateu os visitantes.

O Valencia ditou o ritmo da partida que foi de bastante correria e velocidade nas transições do ataque para a defesa. Os donos da casa não conseguiam criar e viam seu sistema defensivo exposto quando era agredido. Nos primeiros 32 minutos foram sete finalizações dos visitantes incluindo uma bola na trave. O Barça havia chutado somente duas vezes contra o goleiro Diego Alves.

O jogo só não estava empatado porque Bravo pegou um pênalti polêmico marcado a favor do Valencia. O atacante recebeu de costas para Piqué e na tentativa de girar se atirou no chão. O juiz apontou a cal e gerou muita reclamação dos donos da casa. Se é verdade que pênalti roubado não entra, eles tinham razão em protestar.

No segundo tempo os dois técnicos fizeram mudanças e o Barcelona conseguiu controlar um pouco melhor o jogo e foi menos ameaçado. Messi inclusive acertou uma bola no travessão em cobrança de falta. Ainda assim Bravo voltou a trabalhar em algumas ocasiões. O desempenho em campo não lembrou a atuação contra o Paris Saint-Germain na quarta-feira, mas garantiu cinco pontos de vantagem sobre o Real Madrid que joga pressionado contra o Málaga na tarde de sábado.

Neymar mais uma vez não foi decisivo, mas também não ficou devendo. Fez algumas jogadas de efeito, preocupou os defensores e apareceu nos contra-ataques. Ocorre que houve lances em que ficou devendo, como no segundo tempo quando perdeu uma bola no meio e deixou a defesa do Barcelona exposta. O técnico Luis Enrique foi a loucura. Mesmo assim, tirou Suárez para a entrada de Pedro e desta vez o brasileiro ficou em campo até o apito final.

Melhor: Nuno Espírito Santo. O treinador do Valencia conseguiu algo raro, impedir que o Barcelona determinasse o ritmo do jogo. Aquele desenho do Barça trocando passes até achar espaço não ocorreu. Os torcedores viram um jogo de velocidade nas transições ataque defesa com os visitantes levando vantagem.

Pior: Piqué: O jogador pode até não ter cometido o pênalti, mas não pode ser inocentado por uma série de falhas na defesa. Teve cruzamento mal cortado que parou nos pés dos atacantes e erros de passe que proporcionaram contra-ataques.

Chave do jogo: O pênalti perdido por Parejo. O Valencia não perdeu o ímpeto por estar atrás do placar, mas caso conseguisse igualar o placar deixaria a partida ainda mais incendiada. E se não teve efeito sobre a equipe, o erro abateu o atacante que foi se apagando até ser substituído.

Toque dos técnicos: Nuno Espírito Santo, treinador do Valencia, não se acovardou e trocou o defensivo lateral esquerdo Orban por José Gayá, que atua na mesma posição e se projeta mais ao ataque. Luis Eneique tentou organizar o Barcelona e mexeu no lado direito do time. Sacou o lateral brasileiro Adriano, que sentia contusão, puxando Mathieu para o setor e colocou Rakitic atuando no lado direito do meio campo. Mascherano virou zagueiro.

 

Para lembrar:

Rápido no gatilho: O gol de Luis Suárez aos 54 segundos é o primeiro no Campeonato Espanhol antes do primeiro minuto de partida desde 11 de abril de 2009. Naquela ocasião o gol também foi do Barcelona, Iniesta aos 45 segundos diante do Recreativo Huelva de acordo com o twitter @MisterChip, especializado em estatísticas.

Mortal: Luis Suárez está com o pé calibrado. Ele fez os três últimos gols do Barcelona e foi decisivo nesta semana ao marcar duas vezes contra o Paris Saint-Germain na quarta e uma neste sábado.

Três dígitos: com os dois gols de hoje o trio Messi, Neymar e Suárez chegou a 93 na temporada. Eles se aproximam da marca centenária alcançada pelo Barcelona na temporada 2008/2009. Naquela ocasião o trio tinha Messi, Henry e Eto’o.

Casa cheia: O estádio Camp Nou recebeu 92.915 torcedores para o jogo deste sábado. Foi o segundo maior público do Campeonato Espanhol nesta temporada.