O atleta foi dispensado em um dia, recontratado no outro e novamente mandado embora depois de derrota
O planeta foi pego de surpresa quando o Ceahlaul Piatra, da Romênia, demitiu o ex-jogador brasileiro Zé Maria duas vezes em menos de uma semana. O atleta que defendeu clubes como Palmeiras, Portuguesa, Flamengo, Vasco , Parma, Cruzeiro e Inter de Milão durante a carreira foi dispensado em um dia, recontratado no outro e novamente mandado embora depois de uma derrota. Em entrevista Zé Maria, agora com 41 anos, explicou tudo.
O grande algoz do brasileiro, de acordo com ele, foi o proprietário do Ceahlaul Piatra, Angelo Massone. Insatisfeito com o desempenho do time dentro de campo e com a modesta 16ª posição no Campeonato Romeno, o italiano teria feito ameaças que desagradaram e muito ao técnico. A ponto de Zé Maria dizer que foi “tratado como um escravo” no clube. “Antes do jogo contra o Brasov, Massone foi ao vestiário e anunciou que iria mandar o elenco a um ‘retiro punitivo’. Quem não aceitasse seria tirado da competição e não teria os salários quitados”, contou o ex-jogador.
Zé Maria se posicionou contra a medida do mandatário e ameaçou se demitir caso ela fosse colocada em prática. Isto aconteceu, os jogadores entraram em campo “intranquilos”, segundo o brasileiro, e Massone nem esperou o pedido do treinador. “Ele me chamou no dia seguinte e anunciou a minha demissão, acusando-me de ter organizado uma conspiração contra ele”, afirmou. “Massone dizia que os jogadores deveriam ser tratados com ‘punho de ferro’, porque eram romenos”, completou.
Os atletas, então, sentiram a demissão de Zé Maria e cogitaram não entrar mais em campo na temporada, o que fez o dirigente voltar atrás e recontratar o técnico. “Ele estava muito irritado com o que chamou de ‘revolta dos escravos’”, contou Zé Maria. Massone também havia prometido quitar todos os débitos com os jogadores caso assinasse com um novo patrocinador na semana, o que não aconteceu. Assim, a equipe não treinou durante alguns dias e foi novamente derrotada, desta vez para o Botosani. Foi o estopim para uma nova e derradeira demissão de Zé Maria, já substituído pelo sérvio Vanya Radinovic.
“Fui obrigado a deixar o hotel imediatamente, Massone não quis me pagar a passagem aérea e ainda disse que só quitaria os salários atrasados depois que visse como eu agiria”, revelou Zé Maria. “Agora, eu finalmente posso voltar para a Itália com a esperança de deixar rapidamente toda essa experiência ruim para trás”, sacramentou.