Corinthians será processado por fechamento em massa de lojas oficiais

Empresa SPR Sports é responsável por uma espécie de boicote, dizem lojistas

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Empresa SPR Sports é responsável por uma espécie de boicote, dizem lojistas

Desde 2013, quatro lojas Todo Poderoso Timão fecham por mês, em média. Insatisfeitos com o tratamento que recebem como franqueados, os lojistas, formalizados em uma associação com 11 integrantes, darão entrada com um processo na próxima semana. São três alvos: o Corinthians, a empresa SPR Sports e o Banco Plural.

Na avaliação dos lojistas, que calculam a queda de 130 para 80 lojas oficiais no período, a empresa SPR Sports é responsável por uma espécie de boicote, além de negligenciar trabalhos de prospecção, licenciamento e distribuição de produtos. As principais reclamações, com menção a boicote, constam na notificação que será entregue para as partes. Diz o documento:

“(Há) Prática comprovada e notória de prática desleal de mercado em razão de injustificável boicote comercial praticado pelo franqueador SPR INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO S/A. Notória concorrência desleal com produtos sendo distribuídos e comercializados livremente a outras lojas concorrentes, deflagrando quebra justificável de contrato. Além de produtos licenciados, lançamentos também estão sendo distribuídos a terceiros, inclusive, para comercialização em sites de varejo”.

No último ano, a empresa SPR venceu concorrência e teve renovado o direito de explorar as franquias da Todo Poderoso Timão com o pagamento de aproximadamente R$ 15 milhões ao Corinthians por um vínculo até 2019. Ex-gerente de marketing corintiano e idealizador das lojas, Caio Campos deixou o clube e presta consultoria à SPR. A mesma empresa é responsável por franquias de Vasco, Cruzeiro, São Paulo e Internacional.

Entre as atribuições da franqueadora está prospectar e licenciar produtos com a marca do clube e fazer a distribuição aos lojistas, além de eventualmente fabricar os próprios produtos. Na avaliação dos franqueados, porém, pouco disso tem sido feito desde 2013, quando o negócio era apontado como modelo de sucesso.

“Nós não recebemos a coleção de verão do Corinthians porque as mercadorias estão presas no Porto de Santos”, afirma Alessandra Vieira, proprietária da Todo Poderoso Timão do Shopping Frei Caneca, em São Paulo. “Nós temos quatro modelos de camisas retrô desde 2013. Nenhum exemplar novo foi lançado desde então”, protesta. A lojista diz ter um prejuízo da ordem de R$ 450 mil. 

O Banco Plural está entre os sócios da SPR. Para fazer parte do negócio, o banco realizou investimento de aproximadamente R$ 200 milhões nas franquias da Todo Poderoso Timão. Os lojistas também questionam o que foi feito com o valor que deveria ser investido nas franquias. 

“Nós tivemos uma reunião com o Andrés (Sanchez) em outubro. Dissemos a ele que não temos produtos novos, que não há investimento em publicidade, em propagandas. Ele ficou nervoso, disse que não sabia de nada, mas ficou de ajudar a gente. Mas isso foi em outubro…”, reclama Alessandra Vieira.

A associação afirma ter tentado, por exemplo, contribuir com o Corinthians na associação de membros ao Programa Fiel Torcedor, mas teve solicitações ignoradas no clube. Curiosamente, uma das prioridades do marketing corintiano da atual gestão é justamente aumentar esse programa. 

Em contato com a reportagem, o diretor de marketing do clube, Marcelo Passos, afirmou que ainda estudava melhor o assunto – ele está no cargo há cinco meses. Ele declarou, ainda, disposição em auxiliar os lojistas na relação com a SPR. A empresa não quis dar entrevistas e se manifestou por nota (ver abaixo). A SPR Sports disse que prepara um pacote de medidas para auxílio às franqueadas. 

Confira a resposta da SPR aos lojistas:

Em resposta aos questionamentos levantados pela reportagem a SPR SPORTS faz questão de vir a público explicar alguns pontos importantes sobre a reivindicação de alguns franqueados da rede Poderoso Timão.

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