Ministério Público quer anular etapa de concurso da Polícia Civil

Após o vazamento da folha de digitação da prova para o concurso público da Polícia Civil, o MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) propõe uma ação civil pública com pedido de urgência. Segundo a instituição, o vazamento da folha de uma candidata feriu o princípio de igualdade do concurso.

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Após o vazamento de parte do texto da folha de digitação da prova para o concurso da Polícia Civil, o MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) propõe uma ação civil pública com pedido de urgência. Segundo a instituição, o vazamento do texto, por uma candidata, feriu o princípio de igualdade do concurso.

A prova de digitação corresponde à sexta fase do concurso da Polícia Civil e foi aplicada entre os dias 8 e 9 de setembro. Os candidatos foram divididos em grupos, que se sucediam a cada meia hora, mas o texto era o mesmo para os dois dias de prova.

Nos autos, o Ministério Público considera que o conteúdo do texto para avaliação foi idêntico para todos os grupos de candidatos e defende que o vazamento prejudicou a igualdade entre os concorrentes. “É inegável que o acesso prévio ao texto da avaliação, ainda que parcial, contribuiu para a incrementar o desempenho daqueles que tiveram contato com a folha de prova veiculada na rede social”, diz o documento.

Um dos candidatos do concurso enviou o documento da ação ao Jornal Midiamax e afirma que só a medida do MP, já é considerada um avanço. “Pelo menos nos sentimos menos injustiçados. Se o MP, que é o fiscal da lei, concorda conosco, já é uma vitória”, comemora.

Ministério Público quer anular etapa de concurso da Polícia Civil
Foto: Reprodução

Na ação, Ministério Público anexa o registro de conversas do grupo de WhatsApp, onde a folha de digitação de uma candidata foi divulgada. Nas mensagens, os candidatos afirmam que o acesso prévio ao conteúdo do texto teria facilitado o desempenho durante a prova de digitação. “Top!” “Vou digitar o texto aqui”, “Mas eu fui bem pq já tinha o texto”; “Muito mais fácil do que quem fez primeiro”; são algumas das mensagens trocadas entre os candidatos no grupo da rede social.

Diante do problema, o Ministério Público pediu a concessão de uma liminar para a suspensão do andamento do concurso até o julgamento da ação ou a adoção de providências administrativas.

Nos autos, o MP pede a anulação da prova prática de digitação e o resultado, devido à “violação aos princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da eficiência, da isonomia e da impessoalidade destacados”.

A SAD (Secretaria de Administração e Desburocratização) informou que ainda não foi notificada pelo Ministério Público e irá se posicionar apenas quando tomar conhecimento dos autos da ação. A comissão organizadora do concurso também não foi notificada até esta sexta-feira (21).

O MP confirmou o recebimento da Ação Civil Pública, mas o promotor responsável ainda não irá se manifestar, já que ainda não houve apreciação do juiz.

Promessa de campanha

Com a polêmica da prova de digitação, o concurso da Polícia Civil já virou até alvo de promessas políticas. Em um áudio que circula em grupos nas redes sociais, um candidato a deputado federal promete que, se for eleito, irá convocar os candidatos considerados inaptos na prova prática.

“Todas as pessoas que forem consideradas inaptas nesta fase de digitação, nós estaremos convocando estas pessoas que foram inaptas. Eu sou concurseiro assim como vocês, já reprovei em vários concursos públicos, já passei em concursos públicos, eu sei o que é passar horas e horas estudando, esperando edital e vem com essa pegadinha de uma fase que antes não acontecia”, diz.

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Assistente de educação