Jovem de 18 anos foi inspirado por propaganda

Pardo, com renda familiar abaixo de dois salários mínimos e formado em escola pública. O perfil de Ériky Fernandes Guimarães Silva, de 18 anos, é diferente da maioria dos alunos que disputam vaga para medicina nas universidades públicas do país, mas isso não o impediu de investir no sonho e se tornar um dos calouros do curso na UFPR (Universidade Federal do Paraná). 

“Nem sempre quis ser médico. Me decidi depois que vi uma propaganda da Organização Internacional Médico sem Fronteiras. Quando o comercial terminou tive certeza de que era isso que eu gostaria de fazer”, explica.

Para garantir a vaga, Ériky dedicou os dois últimos anos, integralmente, aos estudos. Em 2015, quando estava no terceiro ano do Ensino Médio, ele dividia o tempo para não perder horas imprescindíveis de aprendizado. 

A rotina era puxada. Passava a manhã na Escola Estadual Waldemir Barros da Silva, localizada no Bairro Moreninhas, região onde mora com a família. À tarde os estudos continuavam em casa e à noite ele reforçava os conhecimentos no ILK (Instituto Luther King).

No mesmo ano, o jovem estudante aceitou o desafio e prestou o vestibular, mas não foi aprovado. Em 2016, já formado no Ensino Médio, Eriky manteve a frequência de estudos. Durante o dia ele se preparava em casa e à noite continuava o aprendizado no instituto. O resultado foi positivo, conseguiu a vaga na UFPR. Ele diz que nem mesmo os pais acreditavam que o sonho seria possível.

“Meus pais não me apoiaram no início porque achavam que seria muito difícil e que eu não poderia perder mais tempo. Queriam que eu me candidatasse para um curso menos concorrido para que garantisse uma faculdade, mas depois, quando viram que eu tinha possibilidade de passar, começaram a me apoiar”, relata.

A notícia da aprovação é comemorada na família, no entanto, o entusiasmo às vezes se perde em meio a preocupações sobre como se manter em outro Estado. A renda da família é baixa. O pai de Ériky é operador de Caixa e a mãe recreadora. Considerando os descontos, juntos a renda da família não chega a dois salários mínimos.

“Estamos muito felizes, mas também preocupados porque não temos condições de custear os gastos que terei em outro Estado. Sabemos que a universidade tem um programa que oferece bolsa no valor de R$ 400,00, mas não tenho casa lá e esse valor não será suficiente para me manter”, observa.

Sem condições financeiras, mas com muita determinação Ériky espera que até agosto, quando começam as aulas, consiga uma solução. “Eu não sei como faremos, mas não vou desistir do sonho. É uma oportunidade que não vou perder”, frisa.

Interessados em ajudar o jovem estudante podem colaborar. As contribuições podem ser depositadas na Caixa Econômica Federal agência: 3252 ; operação 013; conta poupança: 000 7652-0, em nome de Ériky Fernandes Guimarães Silva.