Candidatas suspeitam de ‘fraude’ e vão questionar seleção para Ceinfs

Divulgação tem nomes repetidos e datas erradas

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Divulgação tem nomes repetidos e datas erradas

Divulgado na segunda-feira (3), o resultado do processo seletivo que vai contratar assistentes de educação infantil para os Ceinfs (Centros de educação infantil) da Prefeitura de Campo Grande já é alvo de críticas. Isso porque na publicação, em Diário Oficial, há nomes repetidos e datas de nascimento estranhas. 

Além disso, muitas pessoas ficaram de fora até da lista de pontuação. É o caso da irmã de Fernanda Rodrigues, 22. Educadora, a irmã dela, conforme explicou, teria alcançado pontuação apenas pelo certificado da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), onde cursa pedagogia, além de outros certificados que apresentou no ato da inscrição.

O nome da irmã de Fernanda sequer apareceu na divulgação do resultado. “Ela fez inscrição certinho, tem, comprovante e tudo. E está no 6º semestre de pedagogia, vale 30 pontos só esse comprovante, mais os uns 3 cursos, ou é cinco ou dez pontos cada um”, contou.

No resultado, o nome da candidata número 823 também é repetido duas vezes. Outra disparidade está na lista dos candidatos que não alcançaram nenhuma pontuação. Nessa lista aparecem pessoas cujas datas de nascimento são incompatíveis com o processo. A exemplo de uma das candidatas, cujo ano de nascimento aparece, no resultado, como 2014.

Quem também está na lista de pessoas que não tiveram pontuação – aparentemente sem motivo – é a estudante de pedagogia Nayara Rayane Cabriote. Assim como a irmã de Fernanda, Nayara explica que deveria ter pontos, ao menos, pelos comprovantes que apresentou.

Mais candidatas devem questionar

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“Lá no edital falava assim: quem já trabalhou em instituição pública poderia comprovar, e eu trabalhei dois anos no interior, e na pontuação contaria com 10 pontos e eu não obtive pontuação”, explicou Nayara.

Questionada sobre a possibilidade de ‘fraude’ no processo, Nayara compara a situação com um concurso que prestou no interior do Estado. A estudante também teve que acionar a Justiça para questionar a classificação.

“Quando morei no interior teve a classificação assim, por pontos curriculares, e entrei pela promotoria, briguei para ter acesso à classificação. Depois de muita briga consegui ter acesso, fiz requerimento e o promotor me instruiu, aí surgiu a vaga no outro dia. E lá tinha muita menina que nem tinha concluído ensino médio e várias afilhadas políticas.

O processo seletivo é uma tentativa gradual de substituir os trabalhadores terceirizados das instituições Omep e Seleta, alvo de decisão judicial após esquema investigado pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual). As convocações devem iniciar no começo da próxima semana. São 2.508 candidatos, além de dois PNE (portadores de necessidades especiais), que alcançaram pontuação necessária para preencher as 1700 vagas oferecidas.

O local de lotação será definido de acordo com as necessidades de cada unidade da Reme (Rede Municipal de Ensino), pela Semed. Os profissionais irão auxiliar os professores tanto em sala de aula quanto nas atividades externas. O salário é de R$ 1,2 mil, para carga horária de 40 horas semanais. O processo terá validade de um ano, podendo ser renovado por igual período.

O jornal Midiamax consultou a Prefeitura, por meio da assessoria de imprensa, sobre as contestações ao processo seletivo, os erros apontados, mas ainda não obteve resposta.