Profissionais da área dizem não sentir impacto 

Anúncio do Governo Federal de que vai pausar a abertura de novos concursos públicos em todo o Brasil não trouxe grande impacto negativo em Mato Grosso do Sul. Para profissionais da área, não houve redução na procura por escolas preparatórias e, ao invés de ser encarado como uma folga ou motivo para desanimar, concurseiros têm encarado o atual momento como um período favorável quando o assunto é se preparar para as provas futuras.

 “Instituições não param, o governo também não. Pessoas se aposentam e outras se afastam por diversos motivos. O resultado disso é o surgimento de vagas, e o governo não tem como contratar a não ser por meio de concurso público, sendo assim, não há porque deixar de se preparar”, afirma a coordenadora de concursos públicos, Perpétua Aparecida Dutra do Instituto de Ensino Libera Limes.

De acordo com Perpétua, o atual cenário de crise em que tanto tem se falado nos últimos tempos não é fato inédito para os brasileiros, além disso, a especialista explica que a fase é passageira e é graças aos que entendem este cenário e continuam a investir nos estudos, que o impacto negativo da crise não afetou drasticamente os cursinhos em Campo Grande.

“Estamos vivenciando um momento atípico, porém é momentâneo. Em 2001 concursos também foram suspensos, mas não durou muito tempo. No fim, quem ganha é aquela pessoa que não perde o foco do que quer para a vida, sabe que logo tudo passa e continua se preparando. São por causa desses que não sentimos impacto negativo nessa época”, alega.

Milda Mandetta, diretora do Mandetta Concursos, lembra das inúmeras solicitações de servidores da PF (Polícia Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal), Receita Federal, e outras pastas que com frequência, pedem para que o governo aumente o efetivo. Pedidos que estimulam quem se interessa pelos certames e, consequentemente, mantém o funcionamento dos dois polos da escolha que ela comanda.

 “Todos os dias recebemos alunos novos. São aqueles que não esperam o edital sair para se preparar. Por causa deles é que podemos afirmar que não sentimos impacto nenhum com o anúncio do Governo”, explica.

O concurseiro Felipe Freitas Fontoura, de 29 anos, é uma das testemunhas de que as coisas não estão tão ruins quanto se imaginava para o ramo dos concursos públicos. Há dois anos estudando, somente neste ano, Felipe já fez 11 provas, e o objetivo é não parar.

“As pessoas falam muito sobre a pausa anunciada, mas pra mim não afetou em nada. Ouvi dizer diversas coisas, mas nenhuma me fez desanimar e este ano comecei a colher os frutos, fui aprovado em dois certames”, conta.

Em abril deste ano o então ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Valdir Simão, declarou que novas contratações por meio de concursos públicos não estavam previstas para o governo federal em 2017.

A previsão foi lançada no projeto de lei de diretrizes orçamentárias, que prevê com o que o governo vai gastar a verba pública ao longo do ano. “A regra é essa, não vamos contratar”, disse o ministro.