Envolvido nos problemas que levaram à suspensão das provas no concurso público da Sefaz-MS, Leonardo Avelino Duarte, ex-presidente da OAB-MS e filho do desembargador Claudionor Abss Duarte, envolvido em denúncias de corrupção durante a Operação Uragano, postou comentário nas redes sociais após o tumulto iniciado pela oposição em reunião da Ordem dos Advogados na última sexta-feira (21) evocando reflexões éticas.

Foi o suficiente para Leonardo receber réplicas de advogados que se dizem insatisfeitos com a postura do ex-presidente. Ele é apontado como integrante do grupo que articula há alguns meses, a desestabilização do atual presidente, Júlio César Souza Rodrigues.

Na última reunião do Conselho da OAB-MS, pouco depois de o governador suspender o concurso público do qual o ex-presidente da OAB-MS havia participado como elaborador de provas mesmo tendo parente inscrito, Leonardo não apareceu.

Justamente durante a reunião foi que a crise chegou ao ápice, quando oposicionistas partiram para o deboche e a sessão acabou em pancadaria, com os conselheiros Carmelindo Rezende e Carlos Magno chegando às vias de fato após o segundo ser chamado de ‘fdp’ pelo primeiro em pleno uso da palavra.

Segundo advogado Sandro Oliveira, o texto de Leonardo sobre Júlio é lamentável porque “pode, pela consideração que muitos lhe tem, ser tomada como verdade”. Oliveira, em uma das réplicas mais curtidas e comentadas via Facebook, questiona se o ex-presidente aceitaria ser xingado em plena sessão do Conselho da Seccional. “Não posso aceitar que o Presidente seja insultado como vem acontecendo”, diz Sandro.

O colega ainda desmascara a tentativa de Leonardo de se apresentar como isento nos ataques que o atual presidente vem sofrendo. “Acredito que lá fundo você está condoído com o que estão fazendo com o Júlio, principalmente por ser você a pessoa religiosa que é. Minha intenção não é ofender ou te atacar, sei que você passa por dissabores suficiente, se justos ou injustos não sei, mas fazer um contraponto, e afirmar que você não tem nenhuma isenção neste caso. Fique em paz!”, explica Sandro.

O tumulto

O tumulto que teve episódios de agressão verbal e até troca de socos fez o presidente da OAB-MS Júlio Cesar Souza Rodrigues, suspender na manhã desta sexta-feira (21) a reunião do Conselho Estadual da OAB-MS.

Segundo testemunhas, a sessão ficou tensa já no primeiro ponto de pauta, que era a aprovação da ata da reunião anterior. Divergências entre conselheiros que apoiam o presidente eleito e membros do grupo de oposição levaram ao primeiro debate acalorado, que causou uma suspensão temporária, mas acabou contornado.

Júlio César encaminhou o fato diretamente ao Conselho Federal da OAB para “conhecimento e eliberação” e disse lamentar a postura dos opositores. “É vergonhoso quer tenhamos chegado a este ponto. Vamos cobrar as faltas éticas de todos os envolvidos”, afirma.